
Candidatos confessam de bom grado suas virtudes, mas nunca as covardias. Nunes fugiu à regra. Outros eventos serão cancelados “por conta das mudanças climáticas previstas para sexta-feira”, anotou o comunicado de fuga.
Quer dizer: o prefeito não foge apenas do temporal da semana passada. Vive a síndrome das tempestades que estão por vir. Faltou-lhe coragem até para subscrever a própria fuga. Terceirizou as desculpas ao comitê eleitoral.
Nunes pode fugir de Boulos, da ansiedade, do imponderável, de São Pedro, do raio que o parta… Mas a fuga principal é aquela com que Nunes tenta escapar do encontro consigo mesmo, sua maior ameaça.
A dez dias da eleição, o prefeito tem medo de mostrar ao eleitor e, sobretudo, a si mesmo, quem ele é. Um candidato que descrê do próprio favoritismo corre o risco de perder a eleição não para o adversário, mas para o espelho.
Artigo Jornalístico
O candidato Nunes foge não apenas do temporal da semana passada, mas também das tempestades que estão por vir. Ao cancelar eventos devido às mudanças climáticas previstas, revela uma postura covarde, terceirizando desculpas ao comitê eleitoral.
Nunes parece tentar escapar de Boulos, da ansiedade, do imponderável e até de si mesmo. Sua fuga principal é o medo do encontro consigo mesmo, sua maior ameaça.
Faltando apenas dez dias para a eleição, o prefeito demonstra receio de se mostrar ao eleitor e, principalmente, a si mesmo. Um candidato que duvida de seu próprio favoritismo corre o risco de perder não para o adversário, mas para sua própria imagem no espelho.