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PM justifica reação aos moradores que viram a cena. Ele diz que precisou atirar para se defender. “A gente não sai de casa para sofrer agressão. Dá uma martelada na nossa cabeça aí, a gente pode morrer. A gente não queria fazer isso, vocês viram, a gente não quer fazer. É a última escolha”, afirma. Uma mulher que estava na calçada responde: “Tá certo”. “Não tinha escolha”, complementa o agente.
O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial e resistência. Morte será investigada no DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa). A conduta do PM também será investigada por meio de um inquérito policial militar.
Em nota, a SSP esclareceu que o homem resistiu a abordagem policial. “Partiu para cima de um dos agentes na posse de uma marreta. Houve intervenção e o homem foi atingido. Ele foi socorrido ao hospital, mas não resistiu”.
A marreta foi apreendida e a perícia acionada. “As investigações prosseguem, incluindo a análise de imagens, para esclarecer os fatos”, segundo nota enviada pela secretaria.
O ouvidor da polícia de São Paulo, Cláudio Aparecido Silva, criticou a abordagem. “A imagem é uma triste, mas enfática confirmação de uma doutrina de segurança pública que trabalha com a orientação da letalidade. Se fosse adotado um procedimento não-letal neste caso, como, por exemplo, o uso de tonfa ou mesmo taser, o resultado seria claramente outro. É preciso garantir a segurança dos agentes, mas nunca ao preço de vidas que poderiam ser poupadas”.
O nome do homem morto não foi divulgado. Por isso, o UOL não conseguiu contato com os seus familiares.