Fiocruz pede produção nacional de imunizante contra a dengue
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) solicitou ao Ministério da Saúde a produção nacional do imunizante contra a dengue, em uma iniciativa que visa fortalecer a saúde pública do país. A solicitação, feita por meio da Parceria de Desenvolvimento Produtivo, encontra-se em fase de submissão e está aguardando análise por parte do órgão responsável.
De acordo com informações obtidas pela Folha, o Ministério da Saúde informou que o pedido será avaliado pelo Comitê Deliberativo e pela Comissão Técnica de Avaliação do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Ainda não há um prazo definido para a conclusão desse processo de análise.
Atualmente, a vacina contra a dengue disponível no Brasil é produzida pela empresa japonesa Takeda. Em comunicado oficial, o laboratório confirmou a parceria para a implementação da vacina da dengue na produção nacional, abrindo caminho para a possível fabricação do imunizante em território brasileiro.
O imunizante contra a doença é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças entre 10 e 14 anos, público alvo da campanha deste ano, sendo administrado em duas doses. Além disso, a vacina também pode ser tomada por pessoas de 4 a 60 anos em clínicas particulares.
Em setembro, o governo federal já estava planejando novas ações para combater a dengue nos períodos de calor do próximo ano. Isso inclui a ampliação do uso de tecnologias inovadoras, como os mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, e a distribuição de 1 milhão de doses do imunizante contra a doença produzido pelo Instituto Butantan.
Apesar das tentativas de controle, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que a vacina não deve ser a principal estratégia no enfrentamento à dengue no próximo ano. Outros projetos relacionados à doença, como testes e tratamentos, também estão sendo avaliados pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses da Saúde, o Brasil já registrou mais de 6,5 milhões de casos de dengue e mais de 5,6 mil óbitos somente em 2024. Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná são os que apresentam o maior número de casos prováveis da doença.
