Médico ginecologista investigado por laudos errados em transplantes de órgãos infectados pelo HIV tem prisão mantida no Rio

A prisão do médico ginecologista Walter Vieira, um dos sócios do laboratório PCS Lab Saleme, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi mantida pela Justiça do Rio de Janeiro. A investigação aponta que ele emitiu laudos errados, permitindo transplantes de órgãos infectados pelo vírus HIV. Em audiência de custódia nesta terça-feira (15), Vieira teve sua prisão temporária confirmada.

Além dele, Ivanilson Fernandes dos Santos, técnico do laboratório, e Jacqueline Iris Bacellar de Assis, funcionária da empresa, também envolvidos no caso, permanecem presos aguardando a audiência de custódia. Recentemente, a Polícia Civil prendeu Cleber de Oliveira dos Santos, o último investigado foragido relacionado à emissão de laudos errados para transplantes.

Os laudos emitidos pelo laboratório PCS Lab Saleme resultaram na infecção por HIV de seis pacientes que receberam transplantes no estado do Rio de Janeiro. Dois doadores tiveram seus exames falsificados, sendo considerados negativos para o vírus quando, na verdade, eram portadores.

O Conselho Regional de Farmácia do estado do Rio (CRF-RJ) divulgou uma nota informando que o laboratório não possuía registro junto ao conselho e que não havia farmacêuticos registrados na instituição. No entanto, a técnica em laboratório Jacqueline Iris Bacellar de Assis possuía inscrição ativa no CRF-RJ.

A presidente em exercício do CRF-RJ, Luzimar Gualter, afirmou que foram instaurados procedimentos internos para averiguar possíveis transgressões às normas éticas e sanitárias. Caso sejam confirmadas, as penalidades poderão incluir a cassação definitiva do registro profissional.

A investigação continua em andamento para apurar a extensão dos danos causados pelos laudos errados emitidos pelo laboratório PCS Lab Saleme e identificar eventuais responsáveis por essa grave negligência que resultou na disseminação do vírus HIV através de transplantes de órgãos.

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