Equipe econômica define limites do corte de gastos em proposta que busca equilíbrio político e econômico

Equipe econômica começa a delimitar proposta de corte de gastos

A equipe econômica do governo iniciou um processo de definição dos limites da proposta de corte de gastos que será apresentada nas próximas semanas. Nesta fase, busca-se realizar ajustes no projeto, visando manter as estimativas de redução de despesas, ao mesmo tempo em que se descartam pontos considerados impopulares e que poderiam gerar impacto político negativo.

Um dos principais focos das discussões é o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Há uma tendência de deixar de fora do plano o aumento da idade mínima de acesso ao benefício e o fim da correção dos pagamentos pelo salário mínimo, considerados sensíveis demais. Alguns membros do governo defendem que esses pontos não sejam incluídos na proposta, temendo que uma abordagem mais rigorosa em um benefício destinado a idosos e pessoas com deficiência em situação de extrema pobreza possa prejudicar a aceitação do pacote como um todo.

O debate também aborda a necessidade de tornar mais claros os critérios de vulnerabilidade para concessão do BPC, visando corrigir distorções identificadas, resultado da judicialização e concessão a pessoas que não se enquadram no perfil alvo do benefício.

A definição desses pontos estratégicos terá impacto na condução do ajuste fiscal. O presidente Lula deve ser o primeiro filtro das propostas. Embora concorde com a necessidade de revisão de gastos, o presidente mostra descontentamento com cortes severos que afetem a população de baixa renda.

A calibragem do BPC e a limitação de supersalários no setor público são consideradas movimentos táticos para buscar um equilíbrio nas medidas. A equipe econômica também terá o desafio de convencer os parlamentares a aprovarem as propostas, visando garantir sustentação política para as reformas necessárias.

Por fim, a antecipação de cortes excessivos no pacote pode trazer riscos para o governo, limitando a margem de negociação com o presidente e o Congresso. O desafio será encontrar o equilíbrio necessário para avançar com as medidas de ajuste fiscal sem gerar impactos negativos na população mais vulnerável.

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