Especialistas defendem profissionalização da arbitragem em audiência pública na Comissão de Esporte do Senado. Projeto de lei em destaque.
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No dia 16 de outubro, especialistas se reuniram em audiência pública para debater a profissionalização da arbitragem e o aprimoramento do projeto de lei que visa estabelecer vínculo empregatício entre árbitros e auxiliares e as entidades desportivas (PL 864/2019).
O debate ocorreu na Comissão de Esporte (CEsp), com a presença do grupo de trabalho responsável pela análise da proposição, de autoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).
O grupo de trabalho, solicitado pelo senador Romário (PL-RJ), presidente da CEsp e relator do projeto, terá sua próxima reunião em 21 de novembro. O relatório geral preliminar da proposição está previsto para ser apresentado em 3 de dezembro.
“Profunda profissionalização”
O coordenador do grupo de trabalho, Vicente Costa Pithon Barreto, ressaltou a intenção de promover uma verdadeira e profunda profissionalização na arbitragem brasileira.
Marcelo Van Gasse, presidente da Associação de Árbitros de Futebol do Brasil (Abrafut), com 500 filiados, defendeu a profissionalização, mas questionou como ela será realizada e quem arcará com os custos.
O árbitro Anderson Daronco destacou a preparação dos árbitros brasileiros e a necessidade de reconhecimento adequado.
Relação de emprego
A auditora fiscal do trabalho Gabriella Cristina Gonçalves Carneiro apontou que a atividade dos árbitros do futebol possui todos os requisitos de relação de emprego. Ela chamou atenção para a falta de negociação de remuneração por parte dos árbitros.
Wilson Luiz Seneme, ex-jogador e presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, destacou a necessidade de regulamentação e preparo adequado dos árbitros.
Árbitro profissional
O árbitro Raphael Claus defendeu a remuneração adequada e aprofundamento na preparação dos árbitros. Luiz Mairovitch, diretor do Departamento de Arbitragem da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, ressaltou a complexidade do tema e a importância da solução adequada para a arbitragem em geral.
Diferentes categorias
O advogado Rafael Bozzano sugeriu focar apenas na profissionalização dos árbitros de futebol. O assessor jurídico da CBF, Luiz Felipe Guimarães Santoro, defendeu a isonomia e direcionamento adequado do projeto, levando em consideração as diferentes categorias de arbitragem.
O gerente técnico de Arbitragem da CBF, Giulliano Bozzano, enfatizou que a profissionalização pode trazer estabilidade e qualidade, apesar de não impedir que decisões subjetivas sejam questionadas.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)