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Quilombolas se destacam nas eleições: Lideranças comemoram resultados e destacam importância da representatividade no poder político

Lideranças comemoram resultados

Eleição de quilombolas é resultado de “luta secular”, diz porta-voz da Conaq. Para Maria Rosalina, coordenadora-executiva da Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, a ocupação de espaços de poder e decisão por quilombolas é crucial para que políticas públicas em defesa das comunidades sejam implementadas no país.

Somente quando ocupamos esses espaços de poder e decisão é que nossas vozes serão ouvidas, nossos direitos serão defendidos e as políticas públicas que precisamos serão implementadas. Nesse sentido, é muito importante para os nossos quilombos a eleição de um pleito tão representativo quanto esse. Isso é sinal de que, aos poucos, estamos colhendo os frutos de uma luta tão árdua e secular.
Maria Rosalina, coordenadora-executiva da Conaq

Mulheres são defensoras da floresta. “É uma alegria imensa finalmente poder falar disso”, diz Viviana Santiago, diretora da Oxfam Brasil, que estuda as populações de territórios quilombolas tradicionais do Nordeste. Dentro dos estudos sobre clima, ela se deparou com mulheres negras, quilombolas e indígenas defendendo as florestas. “No Brasil, se tem floresta em pé, é porque tem mulher. A justiça climática é pautada por essas mulheres.”

A Oxfam financiou e treinou 13 candidatas quilombolas. Quatro foram eleitas vereadoras, três em São Paulo e uma em Minas Gerais. “Cada uma dessas pessoas teve uma conquista histórica, já que vivemos em um país que viola sistematicamente os direitos de quilombolas”, afirma Santiago. Ela ajudou no treinamento de candidatas quilombolas contra a violência política, já prevendo que disputas no Parlamento. “Essas pessoas eleitas explicam o que é resistência”, disse ainda. A Oxfam também contribuiu com o financiamento das candidaturas.

Entendemos que muitas dessas mulheres sofrem violência política antes de sequer tentar um cargo político, por isso ajudamos no planejamento da campanha, mas também na proteção das violências políticas. Elas tiveram momentos de apresentar as suas plataformas políticas. É um espaço de acolhimento e reconhecimento da violência.
Viviana Santiago, diretora da Oxfam

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