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Debate acalorado marca confronto entre candidatos à Prefeitura de Curitiba com ataques e acusações mútuas durante transmissão televisiva.

Debate acalorado no segundo turno da eleição para prefeito de Curitiba

O primeiro debate na TV no segundo turno entre os dois candidatos à Prefeitura de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB), foi marcado por intensa troca de ataques nesta segunda-feira (14).

Cristina abriu o debate, promovido pela Band, falando de acusação contra a campanha adversária de coação de servidores e se colocou como candidata “contra o sistema podre”. Já Pimentel deu destaque ao vice da candidata, que é alvo de processos judiciais, e também ao período da pandemia da Covid, quando a rival se engajou contra a vacinação.

A campanha de Pimentel tem pontuado que vai administrar “sem negar a ciência”, em oposição à candidata do PMB.

“É importante saber onde cada um estava na pandemia. A senhora estava na segurança do seu lar, gravando vídeos, às vezes com desinformação”, disse Pimentel.

Ele acrescentou que o anúncio da candidata do PMB de que Raíssa Oliveira será sua futura secretária da Saúde revela “arrogância” e que a indicada “foi demitida por distribuir cloroquina”.

Ex-secretária de Saúde de Porto Seguro (BA), Raíssa ficou conhecida por espalhar falsas informações sobre a pandemia, desestimulando a imunização. Ela acabou se tornando alvo do Ministério Público da Bahia, que pediu sua exoneração do cargo em 2021.

Cristina e Pimentel seguiram se alfinetando ao longo de todo o debate. A candidata disse que Pimentel “é uma falsa direita”, um integrante de “um centrão fisiológico”, e lembrou da participação do PSD no governo Lula (PT), com três ministérios.

“O eleitor sabe que o PMB apoia o Guilherme Boulos [PSOL] em São Paulo? Quem está mais em desconformidade?”, devolveu o candidato.

Pimentel integra uma coligação formada por oito siglas: além do PSD, Novo, PL, MDB, Republicanos, Podemos, Avante e PRTB. Cristina está na disputa sem alianças, embora tenha divulgado vídeo no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admite torcer por ela.

Ela tem se colocado como “candidata da mudança” contra o “candidato do sistema”. “Não gastei dinheiro público nem salário do servidor na campanha”, disse ela, no debate.

A adversária se refere a uma suposta coação de funcionários públicos para que houvesse colaboração financeira à campanha do PSD.

Áudios vazados na última semana do primeiro turno mostraram um superintendente da prefeitura dizendo a servidores que eles precisavam comprar convites do jantar em apoio a Pimentel, que isso “já veio determinado” e “não tem como negociar”.

O superintendente foi exonerado após a repercussão do caso. A prefeitura tratou o episódio como fato isolado, e a campanha de Pimentel negou qualquer participação, repudiando a atitude. O caso está sendo investigado na Justiça Eleitoral.

Pimentel hoje é vice-prefeito e tem o apoio do prefeito Rafael Greca (PSD). Em 2023, quando já tinha planos de se candidatar à prefeitura, também foi chamado para comandar a Secretaria Estadual de Cidades, na gestão do governador Ratinho Junior (PSD). O prefeito e o governador se tornaram os principais cabos eleitorais de Pimentel.

Já nas considerações finais, Pimentel afirmou que sua candidatura é “a favor da verdade, contra o improviso e a agressão”. Cristina repetiu que sua candidatura representa “o povo contra o sistema” e que foi construída “de forma orgânica, sem dinheiro público”.

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