Em meio ao aniversário da guerra entre Hamas, Hezbollah, Irã e Israel, surge a reflexão sobre o desenrolar dos eventos até o momento. O renomado professor de estratégia, John Arquilla, da Escola de Pós-Graduação Naval dos Estados Unidos, nos ensina que toda guerra se resume a duas questões fundamentais: quem prevalece no campo de batalha e quem vence na disputa pela narrativa.
Após um ano de conflito, os envolvidos nesta batalha ainda não conseguiram obter uma vitória clara nem no campo de combate, nem na esfera da narrativa. A guerra árabe-israelense, sem nome definido, resultou em dor intensa para ambas as partes, sem um vencedor evidente emergindo no horizonte.
Embora a preocupação com a situação dos palestinos e dos árabes da Cisjordânia seja legítima, as ações terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023, envolvendo assassinatos e atentados indiscriminados, não podem ser justificadas. Tais eventos representam um retrocesso significativo para a busca de uma solução pacífica de dois estados para dois povos na região.
O Irã se posiciona como um protagonista nesse cenário, propagando sua narrativa de direito sob a carta das Nações Unidas para intervir em estados vulneráveis da região com o objetivo de minar Israel. Enquanto isso, o Hezbollah arrasta o Líbano para um conflito prejudicial, sem o respaldo da população libanesa.
O governo israelense também enfrenta desafios éticos, tendo em vista a complexa dinâmica na Faixa de Gaza e as táticas empregadas pelo Hamas no conflito. A busca por uma solução duradoura é imprescindível para evitar um cenário de guerra perpétua na região.
A falta de uma narrativa coesa está prejudicando diversas estratégias dos envolvidos no conflito. Israel enfrenta dificuldades em estabelecer parcerias significativas e promover uma paz sustentável, enquanto os motivos por trás de certas ações governamentais são questionados.
A incerteza em relação aos objetivos e métodos das partes envolvidas colabora para a perpetuação do conflito e mina possíveis esforços em direção a uma paz duradoura na região. A ausência de uma narrativa sólida compromete não apenas as relações entre os atores locais, mas também a imagem de Israel perante a comunidade internacional.
Diante desse cenário complexo, é crucial a adoção de uma abordagem diplomática e estratégica que favoreça a construção de pontes e o diálogo entre as partes, visando uma resolução pacífica e sustentável para o conflito. A busca por uma narrativa coesa e um compromisso genuíno com a paz são passos essenciais para esta jornada.