Robô Selvagem: Uma Fábula Sobre a Maternidade e a Inteligência Artificial

O novo filme da Dreamworks, “Robô Selvagem”, já conquista o público logo nos primeiros minutos com uma cena intrigante. Um robô chamado Roz desperta em uma ilha deserta e, de forma surpreendente, aprende a escalar uma encosta íngreme para escapar das ondas do mar.

Essa simplicidade na cena inicial impressiona, assim como a capacidade do filme em transmitir uma quantidade significativa de informações sem recorrer a diálogos extensos. A protagonista, Roz, uma robô de assistência, é parte de um grupo de robôs despejados acidentalmente na ilha, porém ela demonstra uma incrível capacidade de adaptação.

O filme, sem rodeios, estabelece a personagem principal e sua missão em poucos minutos, utilizando gestos e imagens como principais ferramentas narrativas. Essa abordagem minimalista é um diferencial em um cenário dominado por filmes infantis que tendem a explicar excessivamente a trama.

A relação de Roz com um filhote de ganso que ela adota acidentalmente torna-se o cerne da história, transformando o filme em uma reflexão sobre maternidade e emoções humanas. A jornada de Roz e Bico-Vivo, como a ave é carinhosamente chamada, é pontuada por desafios e dilemas que questionam a natureza de seus sentimentos.

O diretor Chris Sanders, conhecido por trabalhos como “Lilo e Stitch” e “Como Treinar o seu Dragão”, conduz “Robô Selvagem” de forma delicada e visualmente cativante. A estética da animação, que se aproxima de pinturas infantis, reforça a atmosfera de conto de fadas e destaca a relação entre os personagens principais.

Ao abordar temas como inteligência artificial e meio ambiente, o filme também se destaca por sua capacidade de humanizar uma protagonista robótica e explorar as complexidades da maternidade. A emocionante jornada de Roz e Bico-Vivo culmina em um desfecho que ressalta os laços entre mãe e filho, revelando a essência da história.

Em meio a tantas reviravoltas e temas profundos, “Robô Selvagem” encontra sua força na simplicidade e na poesia de sua narrativa. A conexão entre a robô e o ganso emociona e encanta, deixando uma mensagem poderosa sobre amor e família que ressoa no espectador. Uma verdadeira fábula moderna que aquece o coração e provoca reflexões sobre a essência da vida.