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Prefeito em meio a polêmica desvia foco das Eleições para problemas climáticos na cidade.

Descaso com as mudanças climáticas: um debate necessário

“Ah, mas tratar disso em pleno segundo turno é interferir no jogo eleitoral”, bradam alguns no intuito de proteger o prefeito. Não, não é. Ricardo Nunes é candidato à reeleição, mas continua o responsável pela administração da cidade e pelas decisões que tomou até agora.

Tanto no ano passado quanto agora, sentindo que estava sendo arrastado para a lama junto com a Enel, ele trata de pedir a cabeça da empresa. E diz que o tema da concessão é federal, não municipal. Sim, mas a zeladoria é municipal.

Sempre defendi aqui que eleições deveriam ser movidas para época de chuvas no Brasil, pelo menos no Sul e no Sudeste, porque a memória de muita gente seca no período seco. As mudanças climáticas atenderam a minha sugestão.

Mas não tenho muita esperança que isso levante um debate real. Tem mais gente interessada em saber o que pensam os candidatos sobre Venezuela e Hamas do que sobre a capacidade da cidade de fazer frente às mudanças climáticas.

Sim, os seis mortos em novembro de 2023 e os cinco, até agora, deste último temporal deveriam ser o bastante para que priorizássemos a adaptação da capital e do interior para um futuro de eventos climáticas extremos.

Moradores de regiões protegidas, que nunca precisarão se preocupar se o seu barraco está em área de risco, sentiram seu cotidiano mudar com a falta de energia em ambos os casos. Tragédia das tragédias, não há eletricidade para recarregar o celular para checar zap e redes sociais, por exemplo. Em alguns locais, o apocalipse: a internet caiu.

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