
Peregrinação até Aparecida: uma jornada de fé e superação
A história de Junior é um verdadeiro testemunho de superação. Após sofrer um acidente de moto que quase lhe tirou a vida, ele conta que uma linha de pipa cortou seu pescoço, deixando-o entre a vida e a morte. O médico foi claro: apenas um milagre poderia salvá-lo. Junior prometeu que, caso sobrevivesse, faria a peregrinação até Aparecida para agradecer por sua vida.
A alguns quilômetros dali, na divisa entre Taubaté e Pindamonhangaba, centenas de romeiros se reúnem para descansar em uma tenda. Alunos de uma universidade oferecem atendimento de saúde, tratando calos nos pés e proporcionando massagens aos peregrinos.
Entre os peregrinos, encontra-se Irenlda Neves, natural de Iraquara, Bahia, que iniciou sua caminhada em São Miguel Paulista, região leste de São Paulo. Apesar das fortes dores, ela decide não prosseguir a pé e opta por pegar carona em um ônibus de apoio até Aparecida.
Em meio à jornada, Maria Afonsa Felicio de Jesus, de 66 anos, e Ivo Silva de Jesus, de 68 anos, montam sua barraca para passar a noite. Eles contam que decidiram percorrer os 160 quilômetros até o santuário nacional impulsionados pela fé e pela esperança. A solidariedade encontrada no caminho os surpreende, e mesmo enfrentando o desafio físico após anos de trabalho árduo como feirantes, eles se dizem preparados para a peregrinação.
“É uma jornada difícil e dolorosa, mas encontramos muitas pessoas de bom coração pelo caminho”, relata Maria Afonsa, que está fazendo sua terceira peregrinação. “Quando vim pela primeira vez, estava passando por um momento triste de desemprego. Agora, estou aqui para agradecer.”