DestaqueUOL

Flip reúne autores senegalês e brasileiro em conversa emocionante sobre literatura, racismo e ironia

Conversas na Flip: Autores compartilham experiências e reflexões literárias

No último sábado, em uma das mesas mais concorridas da Flip, o senegalês Mohamed Mbougar Sarr e o brasileiro Jeferson Tenório se reuniram para uma conversa mediada por Rita Palmeira. O auditório da Matriz estava lotado, com pessoas ocupando até as escadas para não perder nenhum detalhe do diálogo entre os escritores.

Sarr, conhecido pelo seu romance “A Mais Recôndita Memória dos Homens”, comentou de forma irônica sobre como seu livro, que critica o sistema literário francês por suas raízes racistas, acabou sendo premiado com o Goncourt, a maior distinção da francofonia. Já Tenório, autor de “O Avesso da Pele”, vencedor do Jabuti de melhor romance, abordou o racismo à brasileira em suas obras.

Ambos autores compartilharam suas experiências de escrever em línguas colonizadas e lidar com expectativas exóticas sobre seu trabalho. Sarr mencionou a ambiguidade de ser reconhecido como autor africano, enquanto Tenório destacou o luto coletivo presente em suas narrativas.

Outra mesa que chamou atenção foi o encontro entre a filósofa espanhola Brigitte Vasallo e a psicóloga Geni Nuñez, que discutiram as consequências da colonização nas Américas. Vasallo provocou reflexões ao abordar questões sobre o amor e a exploração do trabalho não pago, enquanto Nuñez trouxe insights sobre a inversão colonial e as formas de amor indígenas.

O clima de celebração e troca de ideias marcou esses encontros na Flip, com o público aplaudindo de pé as autoras ao final das mesas. Os debates e reflexões propostos pelos escritores e pensadores presentes certamente deixaram uma marca duradoura nos espectadores.

Tudo a Ler

Receba no seu email uma seleção com lançamentos, clássicos e curiosidades literárias

Esses encontros exemplificam a importância dos eventos culturais como a Flip, que proporcionam espaços de diálogo e reflexão sobre questões sociais e literárias. A diversidade de vozes e perspectivas presentes nos debates enriquece o cenário cultural e estimula a busca por uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo