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Desafios da Cota de Tela: Cinema nacional enfrenta dificuldades para atrair público e se destacar nas bilheterias

Promessa de salvação do cinema nacional ainda não se concretiza

A promessa de salvação do cinema nacional, representada pela Cota de Tela e destacada como uma prioridade pelo Ministério da Cultura de Margareth Menezes, ainda não apresenta resultados significativos nas bilheterias, mesmo após quase quatro meses de sua implementação.

Desde a entrada em vigor da Cota de Tela, nenhum filme nacional conseguiu atingir números expressivos de público, deixando o cenário cinematográfico do país estagnado. Longas como “Os Farofeiros 2”, “Nosso Lar 2” e “Minha Irmã e Eu”, que ultrapassaram 1 milhão de espectadores neste ano, foram lançados antes do decreto. Enquanto isso, produções estrangeiras como “Divertida Mente 2” e “Deadpool & Wolverine” continuam batendo recordes.

De acordo com dados da Ancine, até setembro deste ano, foram exibidos 235 filmes nacionais, vendendo 7,6 milhões de ingressos, representando apenas 8,2% do total. Enquanto isso, os 384 filmes estrangeiros em cartaz conquistaram 84,6 milhões de espectadores, equivalente a 91,8% do público.

A Cota de Tela, uma medida antiga no Brasil que foi renovada em 2021, propõe que de 7,5% a 16% das exibições nas salas de cinema sejam destinadas a produções nacionais. No entanto, alguns produtores e diretores acreditam que a medida não está sendo tão protetora quanto o esperado, deixando os filmes independentes em segundo plano.

Embora a Cota de Tela tenha seu valor, a indústria cinematográfica brasileira enfrenta desafios que extrapolam a questão da exibição de filmes nacionais. A pandemia, a concorrência do streaming e fragilidades internas são alguns dos obstáculos que precisam ser superados para impulsionar a produção nacional e atrair mais público para as salas de cinema.

Diante desse cenário, surgem questionamentos sobre a eficácia da Cota de Tela e a necessidade de novas políticas e investimentos para fortalecer a cinematografia nacional e tornar seus filmes mais atrativos para o público. A indústria do cinema brasileiro aguarda por medidas mais abrangentes e eficazes para garantir sua sustentabilidade e competitividade no mercado.

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