Grande painel com representantes históricos da luta contra o racismo é apagado no centro do Rio e substituído por logomarcas institucionais.

Grafite apagado no centro do Rio de Janeiro gera polêmica
Uma arte representando nomes históricos da luta contra o racismo em todo o mundo foi apagada na região portuária da cidade do Rio de Janeiro, substituída por logomarcas institucionais. O painel, realizado pelo artista universoacme, que retratava figuras como Martin Luther King Jr. e Rosa Parks, foi apagado na Avenida Professor Pereira Reis, no bairro do Santo Cristo.
O perfil Tá na História, comandado por Thiago Gomide, divulgou a situação em uma postagem nas redes sociais, destacando a ação de apagamento da arte.
O artista responsável pelo grafite comentou que se trata de uma “política complicada”. O Diário do Rio entrou em contato com o autor da obra, mas ainda não obteve resposta.
A Prefeitura do Rio de Janeiro, o Governo Federal, o Ministério da Educação e o IMPA Tech foram procurados para esclarecimentos sobre o ocorrido. O MEC frisou que, por se tratar do IMPA, a resposta seria dada pelo MCTI.
O IMPA e o MCTI afirmaram que receberam o imóvel pronto e reformado, sem o mural de grafite, para a instalação do IMPA Tech. Já a Prefeitura, por meio da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos, informou que o prédio passou por reformas para abrigar o Instituto de Matemática Pura e Aplicada.
A vereadora Thais Ferreira lamentou o apagamento do grafite na Pequena África, ressaltando a importância da arte que celebrava a memória negra em uma região significativa para a cultura afro-brasileira. Ela questionou a atitude da instituição de ensino e o projeto de branqueamento da Pequena África.
Esse episódio levanta debates sobre preservação da memória e do patrimônio artístico, além de questões relacionadas à valorização da cultura e da história afro-brasileira na cidade do Rio de Janeiro.