Análise sobre servidores públicos eleitos nas eleições municipais
No pleito municipal deste ano, os servidores públicos representaram 9,3% dos candidatos, porém conquistaram 11% dos cargos, de acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Dentre os eleitos, 85% foram por partidos de centro e de direita, destacando-se o MDB, o PSD e o PP como as siglas com mais candidatos da categoria, totalizando 29% do total.
Destaque para cidades como Tatuí, em São Paulo, que terá um professor de educação física como prefeito, e Miguelópolis, onde um enfermeiro da rede pública de saúde foi eleito. O PSB e o PT foram os únicos partidos de esquerda entre os dez com mais servidores eleitos, somando 409 e 330 candidatos vitoriosos, respectivamente.
O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, teve mais sucesso entre os servidores públicos, com 3.276 candidatos e 648 eleitos, enquanto o PT, do ex-presidente Lula, teve 2.214 candidatos e 438 eleitos. Além disso, candidatos ligados às forças militares e de segurança foram mais vinculados a siglas de direita, como o PL, Republicanos e União Brasil.
A eleição de servidores públicos pode trazer vantagens, segundo o professor Bruno Marques Schaefer, da Uerj. No entanto, evidências mostram que a eleição de policiais militares para cargos políticos pode estar relacionada a um aumento no número de homicídios em áreas mais pobres.
Os servidores públicos, principalmente ligados à administração municipal, representaram 30,4 mil candidatos, correspondendo a 73% dos servidores que participaram do pleito. Além disso, partidos de esquerda encontram mais dificuldade em municípios do interior, devido à sua origem vinculada a sindicatos e movimentos urbanos.
Os dados das eleições municipais deste ano apresentam semelhanças com o pleito de 2020, com uma pequena variação para baixo. Na última eleição, os servidores públicos representaram 8,9% dos candidatos e 11,4% dos eleitos.
