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Estudo do Comprova desmente vídeo falso sobre eficácia da vacina contra a covid-19: afirmação inventa dados e distorce pesquisa renomada.






Artigo Jornalístico

Conclusão do Comprova: Após uma investigação minuciosa, conclui-se que o conteúdo de um vídeo que questiona a eficácia da vacina contra a covid-19 é falso. Alegações de que pessoas imunizadas têm o dobro de chance de contrair a doença em comparação com não vacinados são infundadas e baseadas em informações inventadas. Esses dados foram erroneamente atribuídos a um estudo intitulado “Eficácia da Vacina contra Covid-19 em Idosos Europeus entre o Outono de 2022 e o Inverno de 2023”.

O estudo em questão foi conduzido por uma equipe de pesquisadores liderada por Charlotte Laniece Delaunay, do Departamento de Epidemiologia da Epiconcept, empresa francesa. Publicado em julho de 2024 na plataforma online de colaboração aberta do Journal of the American Medical Association (JAMA), o estudo intitulado “COVID-19 Vaccine Effectiveness in Autumn and Winter 2022 to 2023 Among Older Europeans” causou controvérsias infundadas.

A fonte das afirmações falsas, divulgadas no X, originou-se de um texto do grupo Médicos pela Vida, conhecido por sua promoção da cloroquina. O Comprova já verificou outras informações compartilhadas pelo grupo, como alegações enganosas sobre a eficácia da hidroxicloroquina na prevenção da covid-19.

Especialistas consultados pelo Comprova apontaram que o conteúdo do site distorceu os dados do estudo publicado no JAMA. A ideia de “eficácia negativa” nunca foi abordada no estudo original, e informações falsas foram adicionadas à análise, como um gráfico sobre a eficácia das vacinas contra a variante Omicron, traduzido de forma enganosa.

Ao contrário do que foi alegado pelos responsáveis pelo conteúdo, o estudo não indica uma eficácia negativa das vacinas, mas sim uma diminuição na efetividade ao longo do tempo, conforme era esperado. Destaca-se que as vacinas são mais eficazes nos primeiros 180 dias após a aplicação e ressalta-se a importância de disponibilizar vacinas atualizadas para futuras variantes do vírus.

O Comprova tentou contatar os responsáveis pelo vídeo e pelo site, porém não obteve resposta até o momento desta publicação.

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