Assédio imobiliário na Vila Mariana: moradores denunciam pressão de construtoras

Recentemente, moradores da Vila Mariana, localizada na zona sul de São Paulo, vêm enfrentando um cenário de pressão e assédio por parte da incorporadora Madala, em nome da construtora You,Inc. Segundo relatos dos residentes, mesmo após rejeitarem diversas propostas de venda de suas casas, os corretores continuam insistindo, chegando ao ponto de contatar parentes dos proprietários e disseminar boatos sobre a iminente demolição das residências.

A situação atingiu um ponto em que placas com a mensagem “Esta casa não está à venda” foram fixadas em várias propriedades no entorno das ruas Hildebrando Thomáz de Carvalho, Humberto I e Octávio de Moraes Dantas. O protesto direto contra o assédio e a divulgação agressiva da construtora gerou um desconforto generalizado na comunidade.

Entre os relatos, destaca-se o caso de Maria Luiza Araujo, 70 anos, jornalista aposentada e moradora local há muitos anos. Ela descreve ter bloqueado os corretores, mas estes acabaram contatando sua filha, que reside em outra cidade, com informações enganosas sobre a situação da propriedade. Além disso, os corretores teriam chegado a ameaçar os moradores, mencionando a demolição iminente das casas.

Diante das denúncias, a Madala não respondeu aos contatos realizados pela reportagem, enquanto a You,Inc emitiu notas de desculpas e posteriormente afirmou estar em processo de investigação sobre o caso. A falta de esclarecimentos por parte das empresas envolvidas gerou mais incerteza e indignação entre os moradores.

Abordagem indesejada

A advogada Viviane Chu Porcel, membro da Ibradim, ressaltou que práticas como essa se tornam mais comuns em um mercado imobiliário aquecido, podendo configurar violações de sigilo e até mesmo assédio. Diante da insistência e dos boatos disseminados, os moradores possuem embasamento legal para buscar medidas como ações por danos morais e suspensão dos contatos abusivos.

Córrego subterrâneo preocupa

Além das questões relacionadas ao assédio imobiliário, os moradores também expressaram preocupação com a possibilidade de construção sobre córregos subterrâneos na região, o que poderia gerar impactos ambientais significativos. A falta de posicionamento claro por parte das autoridades locais e da construtora aumenta a apreensão dos residentes.