
Rumo ao Segundo Turno: Guilherme Boulos Busca Apoio de Eleitores de Pablo Marçal em São Paulo
No embate com Ricardo Nunes (MDB) pela preferência dos eleitores que optaram por Pablo Marçal (PRTB) no pleito inicial para a Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) está direcionando sua atenção para as propostas destinadas aos trabalhadores precarizados das regiões periféricas da cidade. Esse grupo inclui motoristas e entregadores de aplicativos, bem como pequenos e médios empresários.
A equipe de campanha do deputado federal identificou uma votação expressiva em Marçal nesse eleitorado, que se identifica com as narrativas de empreendedorismo e prosperidade acessível a todos propostas pelo influenciador.
Além das análises sobre a distribuição dos votos, os aliados de Boulos observaram, durante carreatas nos últimos meses, a presença de muitos apoiadores do ex-coach com esse perfil, reconhecíveis pelos bonés com a letra M e gestos de apoio feitos com as mãos.
Entre as medidas apresentadas por Boulos para esse segmento eleitoral estão a construção de centros de apoio aos entregadores, financiados pelas empresas de aplicativos, a criação de uma agência municipal de crédito e a flexibilização do rodízio para os motoristas que trabalham por aplicativo.
Os apoiadores do político do PSOL também defendem que ele adote uma postura mais incisiva e determinada no segundo turno.
A análise feita é de que Marçal consegue conquistar esse eleitorado por sua forma enfática de se apresentar, mesclando indignação com o “sistema”, agressividade com os adversários e clareza na apresentação de propostas – mesmo que algumas delas sejam controversas.
A estratégia não é imitar o influenciador, mas adotar uma abordagem diferenciada no segundo turno, considerando que a comunicação de Marçal pode ser eficaz junto a certos segmentos da sociedade.
Apesar disso, a margem de manobra de Boulos é limitada, pois ele não deseja desfazer o esforço feito desde a pré-campanha para desconstruir a imagem de radicalismo que lhe foi atribuída.
Para isso, ele adotou um estilo mais formal, com traje de terno e gravata, passou a falar de forma mais pausada e monótona, e recuou em questões como aborto e Venezuela.
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