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Base aliada de Raquel Lyra elege mais prefeitos em Pernambuco, intensificando possível rivalidade com João Campos em 2026.

Análise das eleições municipais em Pernambuco

No último domingo, os partidos da base aliada da governadora Raquel Lyra (PSDB) demonstraram força nas urnas, elegendo 88 prefeitos em Pernambuco. Por outro lado, o grupo ligado ao prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), conquistou 71 prefeituras no estado. Esses resultados já causam especulações sobre uma possível rivalidade entre Raquel Lyra e João Campos na corrida pelo governo do estado em 2026.

Logo após o encerramento da votação, as narrativas dos aliados de Raquel e de Campos entraram em conflito, cada um reivindicando a vitória nas eleições. Em termos partidários, o PSDB de Raquel e o PSB de João empataram com 31 prefeituras cada. O desempate entre os partidos está marcado para um segundo turno em Paulista, na região metropolitana do Recife.

O PSDB, liderado por Raquel Lyra, conseguiu elevar significativamente o número de prefeituras, passando de cinco em 2020 para 31 em 2024. A atuação da governadora também impulsionou o PSD, que saltou de 14 para 18 prefeitos. Raquel Lyra estuda uma possível migração para o partido liderado por Gilberto Kassab visando a disputa de 2026. O PP, outro partido aliado da governadora, elegeu 24 prefeitos.

No entorno de João Campos, o destaque ficou para o Republicanos, que sob o comando do ministro Silvio Costa Filho, elegeu 22 prefeitos, um aumento de dez em relação ao pleito anterior. Outros partidos que oscilam entre o apoio a Raquel e João elegeram 23 prefeitos.

A pesquisadora Priscila Lapa, doutora em ciência política, analisa os resultados como um empate técnico, onde ambos Raquel e João saíram bem sucedidos. Segundo ela, “Ninguém demonstrou um favoritismo claro sobre o outro. Ambos passaram no teste eleitoral.”

Apesar do PSB ter empatado com o PSDB no número de prefeituras, o partido sofreu uma queda em relação a 2020, quando conquistou 53 prefeituras. Nos bastidores, líderes do PSB comemoraram o resultado, atribuindo a redução à saída do partido do governo do estado. No entanto, enxergaram êxito no resultado semelhante ao do partido da governadora.

Em relação aos maiores colégios eleitorais, a oposição venceu em seis dos dez, incluindo a capital Recife. Apenas em Caruaru, berço político de Raquel Lyra, a base da governadora saiu vitoriosa. Na região metropolitana do Recife, que concentra grande parte do eleitorado do estado, o grupo de João Campos obteve vitória em sete municípios, enquanto seis aliados de Raquel conquistaram prefeituras.

O embate entre as bases de Raquel Lyra e João Campos terá dois desdobramentos importantes em Olinda e Paulista. A governadora apoia candidatos nessas cidades que competirão com aliados de João Campos. Estas cidades têm juntas quase 700 mil habitantes, sendo cruciais para ambos os grupos.

É evidente o engajamento de Raquel Lyra e João Campos nas campanhas municipais, evidenciado pelo apoio direto dos políticos aos seus candidatos fora do horário de expediente. A expectativa é de uma disputa acirrada nessas localidades.

A interação de Raquel Lyra durante o processo eleitoral também chamou atenção. A governadora foi estratégica nos bastidores, sem se expor de forma explícita como em Caruaru. A cientista política Priscila Lapa destaca que Raquel Lyra conseguiu mostrar sua força política mesmo diante das dificuldades do governo.

O PSB, por sua vez, questiona a influência da governadora nas eleições, citando o desempenho do candidato apoiado por Raquel no Recife, que teve uma votação modesta. Ainda assim, ambos os grupos se preparam para os próximos embates políticos em Pernambuco.

O resultado das eleições municipais em Pernambuco ainda está sob análise da Justiça Eleitoral, podendo confirmar os vitoriosos ou determinar novos pleitos. A disputa política no estado promete se acirrar nos próximos anos, à medida que Raquel Lyra e João Campos se consolidam como forças políticas em ascensão.

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