DestaqueUOL

Âmbar Energia ameaça desistir do controle da distribuidora de energia do Amazonas se novo plano não for aprovado pela Aneel

Âmbar Energia Pode Desistir de Controlar Distribuidora de Energia do Amazonas

No dia 9 de dezembro, a Âmbar Energia anunciou a possibilidade de desistir de assumir o controle da distribuidora de energia elétrica do Amazonas caso a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não aprove um novo plano para o negócio na esfera administrativa.

A pressão pela aprovação vem acompanhada de custos bilionários para os consumidores em todo o Brasil e ocorre em meio a uma disputa judicial. Nesta quinta-feira (10), uma medida provisória que permitiu um novo controlador para a Amazonas Energia deve perder sua validade.

A Âmbar, pertencente à holding J&F, dos irmãos Batista, afirmou em comunicado que é fundamental que a Aneel garanta as seguranças jurídicas e econômicas necessárias para a operação, que até o momento recebeu apenas uma aprovação sob judice, devido a uma liminar concedida pela Justiça Federal do Amazonas em uma ação movida pela distribuidora local.

O plano aprovado pela Aneel, em decorrência da liminar, prevê condições apresentadas pela Âmbar no final de setembro. Este plano envolve custos de R$ 14 bilhões pelos próximos 15 anos para os consumidores de energia elétrica de todo o país. Além disso, a Âmbar se comprometeria com um aporte de capital de R$ 6,5 bilhões para reduzir a dívida da concessionária amazonense.

Porém, tais condições ainda não foram aprovadas em âmbito administrativo, ou seja, pelo conselho de diretores da agência. A última deliberação da diretoria da Aneel foi baseada em uma proposta com condições menos onerosas para os consumidores de energia, prevendo um custo de R$ 8 bilhões e uma resolução para toda a dívida de R$ 10 bilhões da Amazonas até o final deste ano.

É importante ressaltar que, se a Âmbar assinasse o acordo para assumir a distribuidora sem a aprovação da Aneel, existiria o risco de o negócio ser anulado, caso a decisão liminar fosse revertida.

Diante dessa situação, a Âmbar declarou que, sem a aprovação de um novo plano pela Aneel, abriria mão de concretizar o negócio e apresentará um agravo contra uma decisão monocrática do diretor relator Fernando Mosna.

Na terça-feira (8), a reunião extraordinária da Aneel que discutiria o caso foi cancelada por decisão de Mosna, que considerou que o pedido de reconsideração apresentado pela Âmbar perdeu seu objeto após o regulador ter aprovado o negócio via despachos na segunda-feira.

A Âmbar solicitará que a diretoria da Aneel realize uma reunião extraordinária para votar o processo na quinta-feira, data em que a medida provisória editada pelo governo expira. A empresa afirmou que a aprovação do plano pela Aneel é essencial para evitar custos adicionais para os contribuintes e garantir a segurança energética da população amazonense.

A privatização da Amazonas Energia em 2018 resultou na deterioração de sua situação econômico-financeira e operacional, mesmo sob o controle da Oliveira Energia. A Âmbar é a única empresa que se manifestou interesse em seguir com o plano de assumir a distribuidora.

A aprovação da Aneel abriu caminho para que a Eletrobras assinasse a conversão dos contratos de compra e venda de energia de seis usinas termelétricas na região Norte em contratos de energia de reserva. Essas usinas estão sendo vendidas para a Âmbar, e com a alteração dos contratos, os custos passam a ser arcados pela Coner, paga com encargos cobrados dos consumidores na conta de luz.

Com informações da Reuters

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo