Contra a Extrema Direita: A Luta das Vovós Alemãs

No pequeno município de Nagold, na Alemanha, a aposentada Anna Ohnweiler, de 74 anos, lembra com entusiasmo o momento em que fundou a associação Vovós contra a Extrema Direita. Sentada em sua sala de estar, ela conta como a ideia surgiu durante um café da manhã em 2019. Desde então, o grupo ativista tem crescido e se destacado por suas ações em todo o país.

As Vovós contra a Extrema Direita organizam protestos, recolhem assinaturas e, recentemente, conseguiram persuadir um dos maiores bancos alemães a fechar a conta através da qual o partido AfD recebia doações de campanha. Essas mulheres aposentadas demonstram que a idade não é um obstáculo para a luta política e social.

A inspiração para a fundação do grupo veio de uma notícia que Anna leu sobre um extremista na Áustria, que menosprezava pessoas idosas. Preocupada com o ressurgimento de discursos extremistas, Anna decidiu agir e iniciou um movimento que hoje conta com mais de 30 mil membros em toda a Alemanha.

Apesar do crescimento e do reconhecimento da mídia, as Vovós contra a Extrema Direita também enfrentam ameaças e ataques. Um candidato da AfD chegou a afirmar que, se eleito, mandaria as ativistas “remigrarem”. Contudo, Anna não se deixa intimidar e mantém o foco na defesa dos direitos humanos e na luta contra o ódio e o preconceito.

Diante do aumento da popularidade da extrema direita entre os jovens, as Vovós contra a Extrema Direita percebem a importância de uma comunicação eficaz com as novas gerações. Para Anna, é fundamental transmitir uma mensagem de esperança e segurança, afastando o medo que alimenta o discurso extremista.

Com base nos princípios da Constituição alemã, Anna destaca a importância da dignidade humana como valor fundamental a ser preservado. Para ela, a luta contra a extrema direita é uma batalha pela garantia dos direitos e da igualdade de todos os seres humanos, independentemente de sua origem, raça ou gênero.