
Sandel destacou que o cidadão, principalmente os trabalhadores, tem o direito de desconfiar da inteligência artificial e das novas tecnologias. Ele ressaltou que não é inerente à tecnologia o fato de ela ser usada para acabar com empregos. Portanto, é fundamental questionar como é possível usar as ferramentas poderosas da IA não apenas para enriquecer investidores, mas também para promover finalidades públicas.
O filósofo também chamou a atenção para o fato de que a sociedade não pode confiar cegamente nos empresários do Vale do Silício para lidar com os problemas relacionados à IA. Segundo ele, é essencial a presença do Estado nesse debate.
Durante o programa, foram abordados diversos temas relacionados à IA, incluindo seu propósito e os desafios que ela apresenta para a sociedade. Sandel enfatizou a importância de discutir o papel do Estado nesse contexto, destacando que a tecnologia deve ser utilizada em prol do bem comum e não apenas para beneficiar investidores.
A bancada de entrevistadores do Roda Viva foi composta por Gabriela Prioli, mestre em Direito Penal pela USP e apresentadora do programa Saia Justa, da GNT; Thiago Amparo, professor na Faculdade de Direito da FGV-SP e colunista da Folha de S.Paulo; Paula Miraglia, doutora em Antropologia e diretora-geral do Nexo Jornal e da Revista Gama; Juliana Wallauer, roteirista, apresentadora e co-fundadora da plataforma Mamilos de Diálogo; e Joel Pinheiro, filósofo, economista e colunista da Folha de S.Paulo.
O programa também contou com a presença de Luciano Veronezi, que ocupou de forma permanente a cadeira eternizada por Paulo Caruso, falecido em março deste ano. Com apresentação de Vera Magalhães, o programa foi exibido às 22h, na TV Cultura, app Cultura Play, no site da emissora, no YouTube, Tik Tok, Twitter e Facebook.
A entrevista com Michael Sandel trouxe reflexões importantes sobre a relação entre a IA, o trabalho e a sociedade. Foi discutido o desafio de usar a tecnologia de forma responsável e em benefício de todos, levando em consideração as preocupações legítimas das pessoas, especialmente dos trabalhadores. Ficou claro que é necessário um debate amplo e inclusivo sobre o papel da IA na sociedade e a importância do Estado nesse contexto.