Bolsonarismo no Rio de Janeiro enfrenta derrotas eleitorais e erros estratégicos comprometem desempenho do partido, aponta análise jornalística[embed]https://www.youtube.com/watch?v=fRoE5gyn3QU[/embed]


O bolsonarismo sofreu duas derrotas significativas no Rio de Janeiro, tanto na eleição para prefeito quanto para vereador. Carlos Bolsonaro conquistou mais de 130 mil votos, porém, essa concentração prejudicou o desempenho de outros candidatos alinhados ao partido no município. Em uma análise recente, o jornalista Quintino Gomes Freire destacou os impactos dessa estratégia e as falhas que impediram a eleição de outros dois nomes importantes do bolsonarismo.
“Já havia alertado que essa concentração de votos no Carlos Bolsonaro ia causar problemas. E causou,” afirmou Quintino. O partido conseguiu sete cadeiras, porém, poderia ter conquistado nove se tivesse uma estratégia mais eficaz de distribuição de votos. Dois bolsonaristas, Arana Passos e Chagas Bola, ficaram de fora, mesmo necessitando apenas de algumas centenas de votos para garantir suas vagas.
Impacto da concentração de votos
A concentração excessiva de votos em Carlos Bolsonaro resultou na perda de cadeiras de dois candidatos alinhados ao bolsonarismo. Segundo Quintino, “se houvesse uma estratégia de divisão de votos, o partido teria conquistado nove cadeiras, ao invés de sete”. Além disso, as cadeiras foram para o PSD, ligado ao prefeito Eduardo Paes, e não para partidos mais alinhados à direita.
“Essas cadeiras acabaram indo para Flávio Valle e Átila Nunes, do PSD, um presente involuntário do bolsonarismo,” comentou Quintino, destacando que a falta de uma estratégia política mais ampla favoreceu partidos adversários.
Falta de uma estratégia de divisão
Para Quintino, a ausência de uma campanha coordenada para dividir os votos entre os candidatos do partido foi um erro crucial. Ele comparou essa situação com outras lideranças que já aplicaram essa estratégia com sucesso. “Jorge Picciani fez isso no passado, Garotinho também, ao eleger Clarissa e Vladimir. Não havia razão para Bolsonaro não fazer o mesmo.”
Quintino sugeriu que, se Jair Bolsonaro tivesse feito uma campanha direcionada, indicando candidatos como Alana Passos em determinadas regiões e Chagas Bola em outras, o resultado poderia ter sido muito mais favorável ao partido.
Desempenho de outros eleitos
Além de Carlos Bolsonaro, outros candidatos do partido conseguiram se eleger, mas muitos deles têm vínculos mais estreitos com outras figuras políticas do que com o próprio Bolsonaro. “Se olharmos os eleitos, além de Carlos, os demais devem pouco ao Bolsonaro,” analisou Quintino, citando nomes como Paulo Messina, Fernando Armelau e Rafael Satiê.
Quintino também alertou que essa mesma falta de estratégia poderá prejudicar Bolsonaro em futuras eleições. “Esse erro estratégico pode voltar a acontecer em eleições federais, se novamente houver uma concentração de votos em Carlos Bolsonaro, enquanto outros candidatos bolsonaristas ficam de fora.”
O futuro do bolsonarismo no Rio
Quintino concluiu sua análise sugerindo que Jair Bolsonaro deveria considerar delegar a articulação política a alguém mais experiente, assim como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez ao escolher Gilberto Kassab para ajudá-lo nessa área. “Bolsonaro deveria entender que política é preciso saber fazer,” afirmou Quintino, sugerindo que a falta de uma estratégia clara pode continuar prejudicando o bolsonarismo no Rio de Janeiro e em outras regiões do Brasil.