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Triticultura brasileira expande no cerrado, apresentando alta produtividade e qualidade superior, impulsionando mercado nacional e internacional.

O Cerrado: Nova Fronteira da Triticultura Brasileira

A região do cerrado, que abrange Goiás, parte de Mato Grosso, de Minas Gerais e de São Paulo, está se consolidando como a nova fronteira da triticultura no Brasil. Algumas das experiências mais promissoras em termos de produtividade e qualidade têm surgido nessa área.

O desenvolvimento da triticultura no cerrado teve início nos laboratórios da Embrapa nos anos 1980, onde novos cultivares adaptados ao clima tropical foram desenvolvidos, mudando o mapa tradicional da cultura do trigo no Brasil.

O calor seco do cerrado revelou-se vantajoso para a cultura do trigo. Com menos chuvas, o risco de atraso na colheita é reduzido, e a produtividade aumenta. Os cultivares tropicais possuem ciclos mais curtos, permitindo até três safras anuais com colheitas em apenas 90 dias.

O trigo tropical do cerrado também se destaca pela qualidade, com uma maior força de glúten em sua farinha. Isso atende à demanda crescente do setor de panificação, que valoriza essa característica.

O triticultor Paulo Bonato, da Fazenda São Nicolau em Goiás, alcançou um recorde mundial ao colher 9,6 toneladas por hectare. Sua propriedade, beneficiada pelo clima regular, utiliza técnicas avançadas de irrigação e rotação de culturas para maximizar a produção.

Outro produtor entusiasmado é Eduardo Abrahim, da Fazenda Maringá em Minas Gerais, que viu o estado aumentar significativamente sua produção de trigo nos últimos anos. A expectativa de crescimento da área plantada de trigo no cerrado é promissora.

O avanço da triticultura no cerrado promete transformar o mercado nacional de trigo. A demanda por farinhas de trigo com alta qualidade e força de glúten é crescente, e o Brasil ainda importa uma parte significativa do produto consumido.

O setor tem investido em sementes de alta qualidade e técnicas de manejo para competir com os grãos importados, impulsionando o desenvolvimento da triticultura nacional.

Linha do tempo – O avanço da triticultura nacional

• Entre 1967 e 1990, a reserva de mercado mantida pelo governo federal limitou o crescimento do setor.

• Em 1986, a Embrapa lançou o primeiro cultivar adaptado ao clima do cerrado.

• Em 1990, a abertura do mercado permitiu aos triticultores investir em qualidade e manejo.

• Em 2000, a competição com importados impulsionou o desenvolvimento de trigos de alta performance.

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