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Investigação policial aponta movimentações suspeitas de casas de apostas e empresa financeira, envolvendo celebridades e lista da Interpol.

Investigação da Polícia Civil de Pernambuco revela esquema de lavagem de dinheiro em casas de apostas

Uma investigação da Polícia Civil de Pernambuco descobriu um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo casas de apostas e suas operadoras financeiras. De acordo com os documentos obtidos com exclusividade pela Folha, as empresas estariam movimentando quantias em dinheiro vivo entre contas de mesma titularidade, sócios e pessoas ligadas à Interpol.

O relatório revela que a investigação inicial mirou a Esportes da Sorte, mas logo se expandiu para incluir a influenciadora Deolane Bezerra e o cantor Gusttavo Lima. Além disso, a PayBrokers, uma empresa facilitadora que atua como um banco, também está sendo investigada por intermediar movimentações financeiras de casas de apostas.

Segundo os documentos, a PayBrokers registrou mais de R$ 3,9 bilhões em movimentações consideradas suspeitas. Questionada sobre as acusações, a empresa afirmou que cumpre todas as normas do Banco Central e que suas transações são rastreáveis via Pix.

Em relação às acusações envolvendo a Interpol, a PayBrokers negou que os usuários identificados façam parte de listas restritivas consultadas. A empresa ainda ressaltou que todas as transações, tanto de entrada quanto de saída, são analisadas por seu time de prevenção à lavagem de dinheiro e comunicadas ao Coaf em caso de suspeitas.

Segundo o relatório da Polícia Civil, foram identificadas movimentações suspeitas de mais de R$ 900 milhões entre contas de mesma titularidade, o que levanta a possibilidade de dissimulação da origem e destino dos recursos. Além disso, a investigação apontou pagamentos feitos aos próprios sócios da PayBrokers.

A operação que resultou na prisão de Deolane Bezerra e Gusttavo Lima teve início com a apreensão de um saco de dinheiro vivo em um ponto do jogo do bicho ligado à Esportes da Sorte. A polícia também identificou que a casa de apostas recebeu R$ 19,5 milhões em um ano, sendo parte desses valores provenientes da PayBrokers.

O relatório da Polícia Civil conclui que há uma “grande possibilidade da prática de lavagem de capitais” e solicita a quebra de sigilo dos investigados. A investigação continua em andamento para apurar mais detalhes sobre o esquema de lavagem de dinheiro em casas de apostas.

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