Avanço lento da representação feminina na política: apenas oito capitais brasileiras têm candidatas no segundo turno, Campo Grande é exceção.
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A corrida eleitoral deste ano nas capitais brasileiras contou com a participação de apenas oito candidatas que conseguiram avançar para o segundo turno. Dentre essas cidades, Campo Grande (MS) se destaca por protagonizar uma competição exclusivamente feminina, evidenciando a representatividade das mulheres na política local. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o resultado das eleições municipais refletiu um avanço, porém ainda discreto, no que se refere à presença feminina nos cargos eletivos. Ao todo, foram eleitas 724 prefeitas, correspondendo a 15,5% do total de eleitos, e 1.232 vereadoras, o que representa 18% do número de vagas nas câmaras municipais. Roraima despontou como o estado com o maior número de prefeituras conquistadas por mulheres, enquanto o Espírito Santo ficou na última posição nesse quesito.
Em meio a esse cenário, a cientista política e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mayra Goulart, analisou o ritmo lento do avanço da representação feminina na política brasileira. Para ela, embora haja conquistas importantes, a sub-representação das mulheres ainda é uma realidade que precisa ser enfrentada com medidas que promovam a igualdade de gênero nas esferas de poder. Segundo a especialista, é fundamental incentivar a participação feminina desde a base, estimulando o engajamento das mulheres nas decisões políticas e fomentando políticas públicas que garantam a equidade de oportunidades para todos os cidadãos.