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Educação financeira nas escolas: preparando as futuras gerações para uma gestão financeira saudável e eficiente.

Na manhã desta terça-feira (14), durante uma audiência pública na Comissão de Educação (CE), os participantes debateram sobre a importância do ensino de educação financeira nas escolas. De acordo com os presentes, essa prática é essencial para capacitar as futuras gerações a gerir suas finanças de forma adequada.

O Projeto de Lei (PL) 5.950/2023, em análise na CE, propõe alterar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional para incluir a educação financeira nos currículos da educação básica. Segundo o texto, a ideia é proporcionar aos estudantes uma base sólida de conhecimentos financeiros desde cedo, tornando a educação financeira um tema transversal nos currículos da educação básica, conforme definido pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do Ministério da Educação (MEC).

Relatado pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), o PL tramita juntamente com outros dois projetos, os PLs 2.170/2019 e 5.949/2023, todos de autoria do senador Izalci Lucas (PL-DF), que ressaltou a importância de incluir a educação financeira no ambiente escolar.

Durante o debate, o senador Izalci destacou a falta de noções de educação financeira nos currículos atuais, ressaltando a importância de abordar o tema desde cedo, a fim de evitar situações como o endividamento. Em concordância, especialistas presentes na audiência enfatizaram a relevância da educação financeira, apontando que a falta de conhecimento na área pode impactar diretamente a vida financeira das pessoas no futuro.

Luiz Gustavo Mendes, diretor-geral do Colégio Marista João Paulo II em Brasília, mencionou que a instituição aplica a educação financeira há mais de dez anos, colhendo resultados positivos e observando que os alunos se tornam educadores de seus pais no assunto. Já Fabio Iglesias, professor da Universidade de Brasília (UnB), ressaltou a correlação entre a educação financeira nas escolas e o índice de endividamento na população, indicando que regiões com melhor ensino apresentam menor endividamento.

Carolina Simões Lopes Ligocki, autora e fundadora da Oficina das Finanças, salientou o desafio de implementar a educação financeira nas escolas, considerando que muitos professores não têm experiência na área. Ela destacou a importância de formar educadores capazes de transmitir esses conhecimentos aos alunos, impactando também as famílias.

Maria Zeneide do Nascimento Santana, professora da Escola Classe Sonhem de Cima (DF), compartilhou sua experiência em ressignificar o ensino de matemática para incluir aspectos financeiros, visando superar a visão negativa de alguns alunos em relação à disciplina.

A ideia de incluir a educação financeira nos currículos também foi defendida pela deputada estadual Catarina Guerra (União-RR) e por Duda Scartezini, co-fundador da Impact Hub Brasília. Eles ressaltaram a importância da educação nesse sentido e como ela pode contribuir para a saúde financeira das futuras gerações.

Para Marcos Raggazzi, representante da Associação Brasileira da Educação Básica de Livre Iniciativa (Abreduc), a educação financeira é essencial para promover o pleno desenvolvimento das pessoas, conforme previsto na Constituição. Ele destacou a importância de capacitar os indivíduos a lidar com suas finanças para evitar que se tornem dependentes de terceiros no futuro.

Em resumo, a audiência pública na CE evidenciou a importância da inclusão da educação financeira nos currículos escolares como forma de preparar os estudantes para uma vida financeira saudável, contribuindo assim para a formação de cidadãos mais conscientes e responsáveis em relação ao seu dinheiro e recursos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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