Seca no Vale do Javari coloca em risco vida dos indígenas: falta de água potável e transporte impede acesso à saúde
Segundo alerta emitido pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), a situação tem se agravado e o governo federal não tem apresentado respostas adequadas para resolver os problemas enfrentados pela comunidade indígena. Além da falta de acesso à água potável, a seca tem elevado os preços de insumos básicos, como gasolina, água e remédios, colocando em risco a vida e a cultura dos povos locais.
A Univaja também destacou a necessidade urgente de disponibilização de helicópteros, transferência de indígenas doentes para centros urbanos e acesso a tratamentos médicos, como soro antiofídico. A organização indígena informou sobre casos de morte e doenças graves entre a população, incluindo crianças com quadros de vômito e diarreia.
A Terra Indígena do Vale do Javari, homologada em 2001 com 8,5 milhões de hectares, é o lar do maior número de povos indígenas em isolamento voluntário do mundo, segundo o Instituto Socioambiental (ISA). A região fica localizada nos municípios de Atalaia do Norte e Guajará, no Amazonas, na fronteira com Colômbia e Peru.
O impacto da seca extrema nas terras indígenas da região tem sido alarmante, afetando não apenas os territórios, mas também escolas e unidades de saúde dentro das comunidades. A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) registrou que, somente em julho deste ano, 42 territórios e 3 mil domicílios indígenas foram prejudicados pela seca.
Diante da gravidade da situação, a reportagem buscou informações junto ao Ministério dos Povos Indígenas e à Funai para saber quais medidas estão sendo tomadas para enfrentar a crise e garantir o atendimento às necessidades emergenciais das comunidades indígenas afetadas pela seca. A população aguarda ansiosa por respostas e ações que possam amenizar os impactos dessa situação crítica.
