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Operação Fair Play desarticula organização criminosa que desviou recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, com R$ 180 milhões bloqueados.

A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram a Operação Fair Play nesta segunda-feira (30), com o intuito de desmantelar uma organização criminosa que desviou recursos da Lei de Incentivo ao Esporte (LIE). Segundo informações, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em empresas e residências localizadas em Belo Horizonte e São Paulo, todos expedidos pela 1ª Vara Criminal da Justiça Federal na capital mineira.

O montante de aproximadamente R$ 180 milhões em ativos financeiros ligados aos suspeitos foi bloqueado durante a operação. Além disso, foi determinada a proibição das entidades investigadas de participarem da execução de projetos esportivos. De acordo com os investigadores, a organização criminosa era liderada por um ex-servidor exonerado do Ministério do Esporte, que teria viabilizado o uso indevido de verbas provenientes de renúncia fiscal federal.

A PF está analisando documentos e informações relacionadas a projetos realizados entre os anos de 2019 e 2022 por cinco entidades sem fins lucrativos, sendo quatro sediadas em Belo Horizonte e uma em São Paulo. De acordo com a PF, no período entre 2019 e 2023, essas associações receberam autorização para captar recursos que ultrapassam os R$190 milhões. A investigação revelou que associações e empresas com sócios ou vínculos em comum foram criadas com o intuito de desviar recursos, burlando o limite estabelecido de projetos por associação.

Além disso, foram identificados direcionamentos de contratações para prestadores de serviço e fornecedores ligados aos dirigentes das entidades investigadas, assim como a criação de empresas em nome de funcionários, sócios e dirigentes das associações para simular gastos com os valores obtidos através da LIE. A PF afirmou que o grupo se apropriava indevidamente de parte dos recursos por meio dessas práticas, incluindo movimentações financeiras suspeitas que indicam lavagem de dinheiro.

Os envolvidos na operação poderão responder por crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A investigação segue em andamento para apurar novos detalhes e envolvidos no esquema de desvio de recursos da Lei de Incentivo ao Esporte.

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