
O objetivo dessa escalada, de acordo com os Estados Unidos, é fornecer segurança ao Golfo Pérsico, principalmente ao Estreito de Ormuz. Segundo eles, o Irã teria apreendido ou tentado tomar quase 20 navios de bandeiras internacionais na região nos últimos dois anos.
No entanto, as maneiras específicas como os militares americanos pretendem utilizar essa força não estão claras. Algumas declarações sugerem que a presença reforçada tem a intenção de servir como um impedimento para a ativa presença naval do Irã. Porém, oficiais graduados do Departamento de Defesa dos Estados Unidos teriam proposto um plano que permitiria a intervenção mais direta dos militares. Isso incluiria o embarque dos fuzileiros navais em navios comerciais civis com bandeiras estrangeiras para oferecer proteção. No entanto, a aprovação final de Washington e dos governos da região, bem como das companhias de navegação privadas individuais, seria necessária.
Se esse plano entrar em ação, a probabilidade de confrontos militares entre o Irã e os Estados Unidos aumentará significativamente. Com fuzileiros navais americanos a bordo, uma simples inspeção de um navio comercial pela Marinha do Irã poderia resultar em um tiroteio.
No entanto, ao analisar os números apresentados pelos Estados Unidos, é difícil entender como o “apresamento ou tentativa de tomada de quase 20 navios” ao longo de dois anos constitui uma emergência. Além disso, algumas das “apreensões” mencionadas foram respostas da Marinha iraniana a pedidos de socorro de navios comerciais. Nenhum desses incidentes resultou em fatalidades ou consequências graves.
É importante lembrar que a costa norte do Golfo Pérsico pertence ao Irã e o Estreito de Ormuz, por onde passam os navios a caminho do Golfo Pérsico, também está localizado na costa iraniana. Portanto, a Marinha iraniana tem motivos legítimos para buscar a segurança em suas águas.
A presença militar dos Estados Unidos na região, incluindo o envio de navios de guerra, já é constante. Atualmente, existem três destróieres americanos na região, além do Comando Central do exército americano e da 5ª Frota dos EUA sediada no Bahrein.
Diante de tudo isso, torna-se evidente que a vigilância da Marinha do Irã não é irracional ou baseada em paranoia. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou que “a presença militar do governo dos EUA na região nunca criou segurança” e que os países do Golfo Pérsico são capazes de garantir sua própria segurança.
Portanto, é essencial ter uma compreensão completa da situação geopolítica da região e considerar a perspectiva de todos os envolvidos antes de tirar conclusões precipitadas sobre quem é o agressor e quem é o protetor da paz.