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Exército tenta esconder informações sobre bônus milionário a servidores civis pelo segundo ano consecutivo

Exército tenta esconder informações sobre pagamento de bônus

No segundo ano consecutivo, o Exército tentou esconder informações sobre bônus que deve ser pago a mais de 2.000 servidores civis, somando um total de R$ 49,4 milhões em 2024. Essa cifra foi apresentada à CGU (Controladoria-Geral da União) após ter sido negada à Folha em um pedido baseado na Lei de Acesso à Informação (LAI).

O pagamento desses bônus está vinculado a metas relacionadas a quatro objetivos estratégicos do Exército: aumentar a “efetividade na gestão do bem público”, fortalecer a “dimensão humana”, aperfeiçoar o sistema de ciência, tecnologia e inovação do Exército, além de “contribuir com o desenvolvimento sustentável e a paz social”.

No ano anterior, a Força se recusou a detalhar o pagamento do bônus, compartilhando os dados apenas após uma decisão da Controladoria. Na ocasião, o Exército informou que desembolsou cerca de R$ 4,8 milhões.

A CGU questionou a falta de clareza nos valores apresentados entre 2023 e 2024, levantando dúvidas se houve um aumento significativo ou se os dados foram parciais no ano anterior. O Exército também tentou ocultar a lista de servidores beneficiados, alegando questões de privacidade.

Porém, após recursos e contestações, o Exército revelou que pagou aproximadamente R$ 34,7 milhões em gratificações até agosto e projetava um total de R$ 49,4 milhões para o ano, beneficiando 2.185 servidores civis. A CGU determinou que a lista de beneficiados e os valores fossem detalhados, com prazo limite até 21 de outubro.

É importante destacar que a conduta do Comando do Exército não está de acordo com a Lei de Acesso à Informação, que prevê a máxima divulgação e o acesso universal a informações de interesse público. Em 2023, o Exército alcançou 106,36% da meta estabelecida, o que baliza o pagamento dos bônus em 2024.

O Exército justificou que as gratificações são calculadas com base em avaliações de desempenho individuais e institucionais. Em 2023, foram pagos R$ 4,8 milhões em bônus, enquanto em 2024, os valores projetados atingem R$ 49,4 milhões. A diferença entre esses valores ainda aguarda explicação da assessoria do Exército.

Outro ponto relevante foi a recusa do Exército em detalhar a operação ocorrida em 8 de janeiro, quando militares cercaram o acampamento golpista em Brasília. Mesmo após determinação da CGU, o órgão se manteve omisso em revelar informações sobre a ação.

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