Brasileiros no Líbano: relatos de pessoas impactadas pelo conflito

A brasileira Claudia Martins Melhem, 41 anos, vivenciou momentos de terror ao tentar proteger sua família dos ataques em Tiro, no sul do Líbano. Quando uma bomba caiu a duas quadras de distância, ela e seu marido correram para resgatar suas filhas e escapar do perigo iminente.

Desde que os conflitos entre o Hamas e Israel se intensificaram, Claudia passou a se precaver mantendo malas prontas com itens essenciais, como trocas de roupa, água e passaportes. Com as três filhas no carro, a família partiu para Tripoli em busca de segurança após sua casa ser destruída por um míssil israelense.

A situação de Claudia não é única. Romilda Carvalho Salman, 57 anos, encontrou abrigo precário em Beirute com outras 15 pessoas em uma única casa. Vítima de intensos bombardeios, ela destaca a importância do acolhimento em meio à devastação.

Outro relato é o de Leni Dias de Souza, 47 anos, que fugiu do sul do Líbano com sua família devido aos constantes ataques aéreos. Depois de nove horas de viagem, encontraram refúgio em uma cidade nas montanhas, abandonando tudo o que construíram ao longo de 11 anos no país.

Esses são apenas alguns exemplos dos brasileiros no Líbano que estão sofrendo as consequências diretas do conflito armado.

Solidariedade em meio ao caos

Diante da crise humanitária, indivíduos como o artista plástico Maurício Yazbek, 56 anos, estão se mobilizando para ajudar. Maurício está organizando doações e montando uma cozinha humanitária para dar suporte aos brasileiros deslocados pela guerra.

A professora de dança do ventre, Naima, residente no Líbano há 15 anos, também expressa seu desejo de paz e rejeita a visão estereotipada de que todos no Líbano são terroristas. Ela enfatiza a vontade do povo libanês de viver em harmonia, não em conflito constante.

Enquanto aguardam a repatriação e esperam por voos que os levem de volta ao Brasil, os brasileiros no Líbano enfrentam desafios inimagináveis, mas encontram conforto na solidariedade e na esperança de um futuro mais pacífico.