Tragédia em Bento Gonçalves: chuvas afetam turismo e produção de vinho

A cidade de Bento Gonçalves, conhecida como capital nacional do vinho, enfrenta uma grave situação após a devastação causada pelas chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. Mais de 400 hectares de plantações de uva na área rural foram soterrados, causando prejuízos significativos.

Apesar de não impactar diretamente na produção de vinhos e espumantes, a tragédia ambiental trouxe consequências inéditas para o turismo na região da serra gaúcha, que anualmente recebe aproximadamente 3 milhões de visitantes.

Um dos desafios imediatos é realocar a produção que normalmente é consumida pelo enoturismo em Bento Gonçalves e cidades vizinhas. A situação é ainda mais delicada considerando os efeitos das chuvas que deixaram um rastro de destruição com mais de 150 mortos e dezenas de desaparecidos no estado, sendo nove óbitos e cinco pessoas sumidas em Bento Gonçalves.

Os impactos da tragédia já são visíveis na região. Hotéis suspenderam suas atividades, vinícolas estão vazias e o comércio local enfrenta uma significativa redução nas vendas.

Além disso, os produtores rurais que fornecem uvas para as vinícolas também foram duramente afetados. Estima-se que cerca de 200 famílias foram impactadas diretamente pelas chuvas, como é o caso de Tiago Schutkovski, que perdeu grande parte de sua plantação e também enfrentou a perda de familiares em um dos deslizamentos.

O presidente da União Brasileira de Vitivinicultura, Daniel Panizzi, ressalta a importância de auxiliar as famílias prejudicadas e demonstrar aos potenciais visitantes que a região turística de Bento Gonçalves não foi comprometida, sendo as áreas rurais as mais afetadas.

Diante do cenário de desastre, a preocupação agora se volta para a recuperação da economia local e a retomada do turismo. O prefeito da cidade, Diogo Siqueira, destaca a importância de compreender as causas dos deslizamentos e adotar medidas preventivas para evitar novas tragédias.

Espera-se que nos próximos meses haja uma recuperação mínima para dar um novo fôlego à região, mas a jornada rumo à reconstrução e ao restabelecimento da normalidade será longa e desafiadora para Bento Gonçalves.