O lendário guitarrista e cantor britânico Eric Clapton realizou um espetáculo memorável na noite de domingo (29) no Allianz Parque, em São Paulo. Com uma apresentação dirigida exclusivamente aos fãs que valorizam a essência da música, sem necessidade de dançarinos, efeitos visuais espetaculares ou interações exageradas com a plateia, Clapton no palco é pura música, pura emoção.
Comparado às longas performances de outros veteranos da música que passaram recentemente pelo Brasil, como Paul McCartney ou Roger Waters, alguns espectadores consideraram a apresentação de Clapton breve. Com duração média de uma hora e quarenta minutos em cada show da turnê, que incluiu passagens por Curitiba e Rio de Janeiro, antes de encerrar em São Paulo, essa foi a quarta visita do talentoso guitarrista ao país.
Aos 79 anos, Eric Clapton permanece modesto e centrado no palco, vestindo roupas simples e demonstrando uma calma singular. Durante a pandemia, suas opiniões controversas sobre a vacina contra a Covid-19 causaram polêmica, levando-o a interagir cada vez menos com o público durante as apresentações.
Relembrando seus anos de glória nas décadas de 1960 e 1970, Clapton iniciou o show com “Sunshine of Your Love”, grande sucesso da lendária banda Cream, da qual ele fez parte juntamente com Jack Bruce e Ginger Baker. Uma escolha perfeita para dar início a uma noite repleta de clássicos e emoções.
O repertório variado incluiu desde canções eletrificadas, como “Badge” e “I’m Your Hoochie Goochie Man”, até performances acústicas genuínas, como “Kind Hearted Woman Blues” e “Tears of Heaven”, esta última sendo uma das músicas mais emblemáticas da carreira de Clapton, dedicada ao seu filho falecido.
Destaque para a participação especial do talentoso guitarrista brasileiro Daniel Santiago, que dividiu o palco com Clapton em momentos emocionantes, acrescentando uma atmosfera única ao espetáculo. O retorno triunfante de Clapton para o bis, com “Before You Accuse Me”, proporcionou o encerramento perfeito para uma noite inesquecível.
O show de abertura do guitarrista americano Gary Clark Jr., aclamado por sua técnica impressionante e voz marcante, trouxe uma energia única ao palco, aquecendo a plateia para a performance principal. Clark Jr., influenciado pelo blues de Robert Cray, cativou o público com sua presença de palco carismática.
Em resumo, mesmo com a sensação de que o show poderia ter sido mais longo, os fãs presentes sem dúvida testemunharam a genialidade incomparável de Eric Clapton, o verdadeiro Deus da guitarra, em uma das que pode ter sido sua última grande turnê. Uma noite para ser lembrada e celebrada pelos amantes da boa música.
