
A Polícia Federal agiu de forma surpreendente na manhã deste sábado (28) ao prender a primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, que é esposa do prefeito Cícero Lucena (PP).
A ação ocorreu dentro da terceira fase da Operação Território Livre, que tem como foco investigar a possível participação de facções criminosas nas eleições da capital paraibana, além do aliciamento violento de eleitores.
Até o momento, tanto o prefeito Cícero Lucena quanto a defesa de Lauremília não se pronunciaram sobre a situação da primeira-dama.
No total, foram realizadas duas prisões e duas buscas e apreensões. Além de Lauremília, também foi detida Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, que trabalhava como assessora da esposa do prefeito.
A fase atual da operação, denominada de Sementem, teve como base a análise do material apreendido nas etapas anteriores e tem como objetivo fortalecer as provas de materialidade, autoria e circunstâncias dos crimes investigados.
No início do mês, a primeira fase da Operação Território Livre foi deflagrada, resultando na realização de três mandados de busca e apreensão no bairro São José.
Durante as operações, foram encontrados R$ 35 mil em dinheiro, celulares, documentos com informações pessoais de pessoas diversas que não residiam no local das buscas, assim como contracheques de funcionários da prefeitura.
Já na segunda fase, a vereadora Raíssa Lacerda (PSB), que é aliada do prefeito Cícero Lucena, foi presa. Raíssa já havia ocupado o cargo de secretária municipal de Cidadania e Direitos Humanos do prefeito.
As investigações sobre o aliciamento violento de eleitores se tornaram tema central do debate eleitoral em João Pessoa. Opositores acusam a gestão do prefeito Cícero Lucena, candidato à reeleição, de ter vínculos com o crime organizado.
Candidatos de oposição relataram terem sido impedidos de realizar atividades de campanha em algumas comunidades. Em 15 de agosto, o deputado federal e candidato a prefeito Ruy Carneiro registrou um boletim de ocorrência no qual descreveu a suspensão de uma atividade de campanha no bairro do Cristo Redentor devido a ameaças de criminosos.
Em entrevista, Ruy Carneiro mencionou outros casos de ameaças, incluindo o de uma apoiadora que foi alertada por criminosos de que seria expulsa do bairro caso participasse de uma propaganda a seu favor.
O prefeito lamentou a postura dos adversários e destacou que eles se uniram em uma posição contrária às tradições democráticas da Paraíba.
“Mais uma vez nossos adversários tentam difamar minha imagem e, ainda pior, a imagem de nossa cidade. João Pessoa é lar de um povo pacífico e educado, uma terra de pessoas honestas, onde todas as eleições sempre foram tranquilas”, afirmou o prefeito.