Medicamentos para perda de peso: desafios e estigmas

A popularidade de medicamentos como Ozempic e Wegovy tem crescido, principalmente entre celebridades e influenciadores, que muitas vezes evitam admitir seu uso devido à pressão social. Esses remédios não são apenas para questões estéticas, mas servem como opções médicas importantes no tratamento da obesidade e suas comorbidades, como diabetes e hipertensão.

No entanto, o estigma em torno desses medicamentos ainda persiste, gerando críticas e julgamentos sobre aqueles que optam por utilizá-los. O emagrecimento ainda é visto por muitos como resultado exclusivo de “esforço pessoal”, ignorando os desafios enfrentados por quem lida com a obesidade.

Pesquisadores como Alexandra Brewis e Sarah Trainer destacam a pressão social e os impactos emocionais enfrentados por indivíduos que recorrem a intervenções médicas para perda de peso. Comentários negativos e críticas vindas de amigos e familiares podem causar estresse e dificultar a adesão a novos hábitos saudáveis.

No cenário econômico, o mercado de medicamentos como Ozempic demonstra um potencial de crescimento significativo, alcançando números bilionários até 2031. Apesar disso, o alto custo ainda é um obstáculo para muitos, especialmente em países como o Brasil, onde a desigualdade de renda limita o acesso.

Associações médicas e especialistas, como Bruno Halpern, defendem a mudança na linguagem utilizada para descrever esses tratamentos, a fim de enfatizar sua importância terapêutica. O diálogo sobre o papel desses medicamentos é essencial para promover uma visão equilibrada e reduzir o estigma associado à obesidade.

Reconhecer a obesidade como uma doença complexa e diversificar as abordagens terapêuticas são passos essenciais para superar os desafios econômicos e sociais que contribuem para o estigma. O suporte integral e a promoção de uma visão mais inclusiva são fundamentais para garantir o bem-estar daqueles que enfrentam a obesidade.