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Urna Eletrônica: Um Sistema Seguro e Auditável
A urna eletrônica, um instrumento introduzido no Brasil em 1996 e utilizado em todas as eleições desde 2000, é uma tecnologia que possui mecanismos que garantem a auditabilidade do processo eleitoral. É importante ressaltar que a urna eletrônica não funciona online, o que significa que não pode ser acessada por usuários externos durante o período de votação.
Antes e durante o pleito, a urna eletrônica passa por uma série de testes públicos de segurança para assegurar a integridade do sistema. Um desses testes é o Teste Público de Segurança, organizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que reúne profissionais de tecnologia da informação, programadores e especialistas para tentar invadir a urna e identificar possíveis vulnerabilidades.
Teste Público de Segurança
O Teste Público de Segurança ocorre anualmente antes de qualquer eleição, seja nacional ou municipal. Durante esse teste, os profissionais têm a oportunidade de avaliar todos os componentes da urna eletrônica, desde o sistema até os verificadores pós-pleito. O objetivo é atacar a urna e tentar adulterar a integridade da votação, inserir ou remover votos, ou quebrar o sigilo do voto. Até o momento, nenhuma fragilidade capaz de comprometer o resultado das eleições foi encontrada.
Cerimônia de Lacração e Código-Fonte
O TSE disponibiliza o código-fonte do sistema da urna eletrônica para fiscalização de entidades como a OAB, Polícia Federal, Ministério Público e partidos políticos. Após as auditorias, os programas são protegidos com hashes únicos que servem como uma impressão digital. Além disso, as cópias primárias dos programas são guardadas em uma sala-cofre do tribunal eleitoral.
Cada Tribunal Regional Eleitoral realiza uma cerimônia de lacração das urnas, onde os programas são instalados publicamente, as listas de eleitores e candidatos são inseridas, e os equipamentos são fisicamente lacrados. A partir desse momento, as urnas não sofrem nenhuma alteração até chegarem às seções de votação.
Votação Paralela
No dia da eleição, o TSE também realiza a votação paralela, onde representantes dos partidos políticos preenchem cédulas de papel com votos nos candidatos oficiais. Esses votos são digitados em urnas eletrônicas e comparados com os resultados dos votos em papel, garantindo que não houve adulteração no processo eleitoral.
No Momento da Eleição
Na hora da votação, os mesários são responsáveis por ligar a urna eletrônica e realizar as verificações internas. É importante destacar que as urnas eletrônicas não são conectadas à internet, o que impede interferências externas. Antes da abertura da votação, a urna imprime a zerésima, um relatório que confirma a inexistência de votos antes do início do pleito.
Boletim de Urna e Apuração
Ao final da votação, a urna eletrônica imprime o boletim de urna, que mostra a quantidade de votos recebidos por cada candidato. Esse boletim é verificado, assinado e divulgado publicamente. Os resultados são transmitidos de forma segura para o TSE, que recheca e contabiliza os votos através de um supercomputador.
Todo o processo eleitoral é auditável, permitindo que qualquer pessoa verifique os resultados e compare com a apuração final. A segurança e transparência da urna eletrônica são essenciais para a democracia no Brasil.