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INSS desconta dias parados de servidores federais em greve, gerando polêmica e ameaça de demissão por falta injustificada.

INSS desconta dias parados de servidores federais em greve

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) retomou a prática de descontar os dias parados dos servidores federais que estão em greve. Segundo comunicado enviado a diversas gerências regionais e superintendências, a orientação é que seja considerada falta injustificada a partir de 20 de setembro para os funcionários que não comparecerem ao trabalho.

Apesar disso, parte dos servidores continua em paralisação, com um grupo ocupando o edifício-sede da Previdência Social em Brasília (DF). O INSS alega ter chegado a um acordo com uma entidade de servidores que resultaria no fim do movimento grevista.

No entanto, os servidores contestam essa versão, argumentando que o processo judicial que discutia o caso foi extinto sem julgamento do mérito, o que, segundo eles, os garante o direito constitucional de manter a greve. A diretora da Fenasps, Thaize Chagas, afirmou que a ação no STJ foi encerrada a pedido do INSS, sem análise do mérito, e que o novo ofício determinando a falta injustificada se baseia em informações falsas sobre a decisão do tribunal.

De acordo com Thaize, a utilização do código de falta injustificada é mais prejudicial para os servidores do que o desconto dos dias parados, pois isso pode acarretar em processos administrativos e até demissões futuras. Fontes do INSS confirmam que a falta injustificada está sendo registrada, considerando o acordo feito com uma entidade que representa os servidores para encerrar a greve.

Os servidores rejeitaram propostas de aumento salarial do governo e reivindicam principalmente a valorização da carreira de técnico do seguro social, buscando torná-la uma carreira de estado com salários e benefícios mais altos. O governo já estuda um projeto para mudar a carreira e exigir nível superior para o cargo em questão.

A greve, que começou em julho, revela um racha entre os servidores, organizados em três grupos distintos, com diferentes posições em relação às negociações e reivindicações. A situação segue em aberto e novas reuniões entre as partes envolvidas são esperadas para tentar resolver o impasse.

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