Aliados de Hugo Motta aguardam apoio incisivo de Lula e PT na disputa pela presidência da Câmara em cenário de incertezas

Aliados de Hugo Motta esperam gesto de apoio mais incisivo do PT e do governo Lula para presidência da Câmara

No cenário político atual, os aliados do deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) aguardam ansiosamente por um gesto mais enfático de apoio por parte do governo Lula e do próprio PT em relação à sua candidatura na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, que atualmente é ocupada por Arthur Lira (PP-AL).

Em um almoço ocorrido na semana passada, o próprio Arthur Lira expressou esse sentimento em relação a Lula, solicitando que o petista declare apoio ou atue de forma a favorecer a candidatura de Motta.

Embora a costura que resultou na escolha de Motta como candidato tenha envolvido membros do Executivo e do partido, aliados do parlamentar demonstraram desconfiança diante das sinalizações recentes de representantes do PT e do governo.

No último dia 11, durante um almoço que reuniu Lira, Motta e líderes de sete partidos, foi publicada uma foto do encontro como forma de demonstrar apoio à candidatura do deputado do Republicanos. Após essa reunião, o líder do PT, Odair Cunha (MG), divulgou uma nota afirmando que o presidente da Câmara havia comunicado seu apoio a Motta e que levaria esse nome para discussão na bancada petista.

No entanto, horas depois, a nota foi apagada das redes sociais de Cunha, gerando incertezas quanto ao real posicionamento do partido. Além disso, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), também candidato, se encontrou com Lula no mesmo dia.

De acordo com relatos, Lula destacou que nem ele nem o PT estavam comprometidos com nenhuma candidatura no momento e que o presidente da República não tinha obrigação de se envolver na eleição da Mesa Diretora. No dia seguinte, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), se reuniu com Elmar.

Aliados do presidente acreditam que, caso Lula decida apoiar um candidato, isso ocorrerá após as eleições municipais, possivelmente a partir de dezembro. A proximidade de Hugo Motta com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e com Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e articulador do impeachment de Dilma Rousseff, são vistos como obstáculos para conquistar o apoio da esquerda.

Esses “sinais trocados” do PT e do governo têm gerado apreensão entre os aliados de Motta, que esperam um posicionamento claro e efetivo em seu favor. Embora a campanha do deputado não deva ficar parada à espera desse apoio, a expectativa é de que o Executivo faça um gesto para demonstrar que a aliança é sólida e que Motta é o candidato preferencial.

Além de Motta e Elmar, Antonio Brito (PSD-BA) também é candidato à presidência da Câmara. Brito e Elmar têm buscado uma aliança para fazer frente ao nome de Motta, inclusive visando atrair apoio do PT e do governo federal.

Se o Executivo decidir apoiar Motta, isso poderá resultar em um rearranjo na Esplanada dos Ministérios. Existe a possibilidade de o PT e o governo considerarem espaços no governo para contemplar os outros candidatos, caso Motta seja beneficiado com o apoio de Lula.

Nos bastidores, dirigentes do União Brasil e PSD cogitam estender a aliança para a disputa no Senado, com possíveis acordos visando garantir apoio mútuo entre as siglas. A disputa continua intensa, com diferentes interesses em jogo e possíveis desdobramentos nas negociações políticas em busca de apoio para as respectivas candidaturas.

Ao mesmo tempo, outros nomes começam a surgir como alternativas caso haja complicações nas candidaturas já postas. A rivalidade política coloca em xeque a estabilidade das alianças formadas e o desfecho dessa disputa ainda é incerto.

Com os desafios políticos que se apresentam, Hugo Motta se mantém como favorito na corrida pela presidência da Câmara. No entanto, a eleição não está definida e os desdobramentos das negociações nos bastidores poderão influenciar diretamente no resultado final. Resta aguardar e observar como as próximas movimentações políticas irão impactar o cenário eleitoral na Câmara dos Deputados.

Ao longo dessa jornada rumo à presidência da Câmara, os candidatos e suas alianças enfrentarão desafios e reviravoltas, refletindo a complexidade do ambiente político brasileiro e os interesses em jogo.

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