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Distúrbios emocionais em crianças e adolescentes: entre o preconceito e o diagnóstico – O alerta do cantor Dan Reynolds

Imagem meramente ilustrativa de crianças jogando em Maricá, na Região Metropolitana do RJ – Foto: Divulgação/For Games

No palco do Rock in Rio, Dan Reynolds, vocalista da banda Imagine Dragons, não apenas brilhou musicalmente, mas também trouxe à tona uma importante discussão sobre saúde mental. Ao revelar sua luta contra a depressão desde os 12 anos, ele destacou a relevância de abordar distúrbios emocionais em jovens. Essa problemática, muitas vezes ignorada, pode ser enfrentada com diagnóstico e tratamento adequados.

Engana-se quem pensa que os transtornos psicológicos são exclusivos de adultos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão atinge cerca de 3,2% da população mundial entre três e 17 anos. Nos Estados Unidos, isso representa aproximadamente dois milhões de jovens com a doença, que é a principal causa de incapacidade nessa faixa etária. No Brasil, com suas carências estruturais, é provável que a situação não seja diferente.

Além da depressão, outros problemas como ansiedade, TDAH e distúrbios alimentares afetam significativa parcela dos adolescentes. No entanto, a subnotificação ainda é um desafio, devido à resistência das famílias em reconhecer tais quadros. O estigma em torno dos transtornos psicológicos também contribui para esse cenário, prejudicando a busca por ajuda e perpetuando o sofrimento.

Ao compartilhar sua história, Dan Reynolds se une a outros nomes, como Simone Biles e Gabriel Medina, na luta pela conscientização sobre a saúde mental. O cantor enfatizou a importância de procurar assistência profissional e de valorizar a terapia como parte essencial do tratamento. Ele demonstrou que é preciso estar atento aos sinais de alerta e não hesitar em buscar ajuda quando necessário.

Os sinais de alerta incluem alterações no sono, perda de interesse por atividades antes prazerosas e mudanças de humor repentinas. Reconhecer esses sinais e buscar apoio são passos fundamentais para o enfrentamento dos distúrbios emocionais. Com o devido acompanhamento, a recuperação é possível e a vida ganha um novo significado.

*Jorge Jaber é psiquiatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), membro da Academia Nacional de Medicina

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