Deputada Carla Zambelli prestará depoimento ao STF sobre invasão ao CNJ na próxima quinta-feira

Em maio deste ano, Zambelli e Delgatti se tornaram réus após a Primeira Turma do Supremo aceitar por unanimidade a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa a deputada de ser a autora intelectual da invasão com o objetivo de emitir um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Nesta segunda-feira (23), foram realizados os primeiros depoimentos de testemunhas arroladas pela PGR e de defesa. As oitivas foram comandadas pelo juiz Rafael Henrique, auxiliar de Moraes, que é o relator do processo. Durante os depoimentos, as testemunhas afirmaram não ter recebido pedidos de pagamentos de Zambelli a Delgatti ou para realização de atividades de hackeamento.
O ex-assessor parlamentar de Zambelli na Câmara dos Deputados, Jean Hernani Guimaraes Vilela, também foi ouvido e negou que a deputada tenha indicado Delgatti para gerenciar as redes sociais de seu gabinete, além de afirmar que não sabia que ele atuava ilegalmente como hacker. Segundo Vilela, a descoberta veio meses depois, quando o caso estourou na mídia.
A deputada e o hacker respondem pelos crimes de falsidade ideológica e invasão a dispositivo informático. O depoimento de Delgatti está marcado para o mesmo dia que o de Zambelli, e ele, que está preso em uma penitenciária de Araraquara (SP), é réu confesso.
A defesa de Carla Zambelli alega que não existem provas que a incriminem por ter incentivado o ataque hacker ao sistema do CNJ. A expectativa é que o depoimento da deputada e do hacker esclareçam os fatos e tragam mais informações sobre o caso.