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Carrocracia em São Paulo: A cidade feita para os carros e não para as pessoas – Uma reflexão sobre a mobilidade urbana

Mobilidade Urbana: A Supremacia dos Carros nas Cidades

Reportando diretamente do banco do motorista do meu carro, onde passo boa parte dos meus dias preso no trânsito caótico da cidade, observo com clareza a realidade urbana que nos cerca. Nesse cenário, não posso deixar de refletir sobre a predominância dos veículos automotores em detrimento das pessoas nas ruas.

Enquanto aguardo o tráfego avançar alguns metros, avisto o estádio do Pacaembu à minha lateral. Sob a marquise, uma aglomeração de indivíduos de todas as idades: crianças brincando, adultos socializando, adolescentes se divertindo. A praça Charles Miller, ao lado, funciona como estacionamento, porém encontra-se quase vazia, com poucos veículos ocupando o espaço.

É evidente que vivemos em uma cidade que privilegia os carros em detrimento das áreas verdes e espaços públicos. Basta olhar para as ruas bem asfaltadas destinadas aos veículos, em contraste com as calçadas precárias reservadas aos pedestres.

O desequilíbrio entre estacionamentos e áreas de lazer é alarmante em diversos bairros, destacando a presença excessiva da “carrocracia” na organização urbana. A priorização dos automóveis contribui para a poluição e falta de qualidade do ar, fatores preocupantes em uma cidade como São Paulo, que sofre com altos índices de poluição atmosférica.

O apego à cultura do carro é tão enraizado na sociedade que muitas vezes ignoramos os impactos ambientais negativos desse modelo de transporte. Enquanto diversas cidades ao redor do mundo implementam medidas para reduzir a circulação de veículos poluentes, em São Paulo, a predominância dos carros é inquestionável.

É urgente repensar a mobilidade urbana e priorizar alternativas sustentáveis, como o transporte público, a bicicleta e o pedestrianismo. É hora de valorizarmos mais as pessoas do que os veículos, de buscar soluções que promovam uma convivência equilibrada entre carros e cidadãos nas cidades.

Como cidadã engajada, defendo um futuro onde possamos desacelerar, respirar ar puro e desfrutar de espaços verdes. Não adianta substituir um excesso de asfalto por parques privatizados; a solução está em repensar nosso modelo de mobilidade e priorizar o bem-estar coletivo em detrimento do individual.

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