DestaqueUOL

Tragédia de Ayotzinapa completa 10 anos sem Justiça: familiares das vítimas clamam por respostas e soluções efetivas

Tragédia de Ayotzinapa: 10 anos sem respostas

No povoado de El Pericón, no estado de Guerrero, no sul do México, Dona Brígida vivia na parte dos fundos de uma casa. Aos 83 anos, em 2014, já não saía muito dali, mas era visitada pelo filho e pelos netos com frequência. Uma dessas visitas era a de Alexander Mora Venancio, então com 21 anos, que deixou de aparecer sem dar explicações. Os familiares de Dona Brígida contaram que ele estava ocupado com os estudos em Ayotzinapa, mesmo que não fosse verdade. Dona Brígida morreu quatro anos depois sem saber a verdade, enquanto seus parentes ergueram um altar em sua homenagem, pedindo justiça.

Alexander era um dos 43 estudantes desaparecidos em 26 de setembro de 2014, um acontecimento que abalou o México e expôs a violência do país ao mundo. O governo mexicano ainda não foi capaz de dar respostas sobre o sumiço dos estudantes, que ocorreu durante o governo de Enrique Peña Nieto e persiste até os dias atuais, com a transição para a gestão de Claudia Sheinbaum.

A tragédia de Ayotzinapa revelou a corrupção, a violência e a impunidade que assolam o México há décadas. Os estudantes foram interceptados pela polícia, que os atacou, resultando na morte de seis jovens e no desaparecimento dos demais. As investigações apontaram inicialmente para a ação de um cartel local, mas essa versão foi questionada e até hoje não houve uma conclusão definitiva sobre o caso.

Tenham sido vítimas de um pacto entre autoridades locais, cartéis e forças de segurança, os estudantes de Ayotzinapa ainda esperam por justiça. Enquanto isso, a presidente Sheinbaum enfrenta pressões para resolver o problema do desaparecimento generalizado no México, proveniente principalmente do narcotráfico e da corrupção.

Se o México deseja superar essa triste realidade que o assola há anos, é necessário um combate eficiente contra o crime organizado e a impunidade. As famílias das vítimas de Ayotzinapa continuam clamando por respostas, por um fim digno para aqueles que desapareceram sem deixar rastros, há uma década.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo