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STF analisa pedidos de investigados para resgatar dinheiro apreendido em cofre durante investigações de kits de robótica em 2023.

STF analisa pedidos de investigados para resgatar dinheiro apreendido em caso de compras suspeitas de kits de robótica

O Supremo Tribunal Federal (STF) está analisando pedidos de investigados para resgatar uma grande quantia de dinheiro que foi apreendida em cofres e malas durante as investigações do caso de compras suspeitas de kits de robótica em 2023.

Toda a investigação, que envolve pessoas ligadas ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi arquivada por decisão do ministro Gilmar Mendes em setembro do ano passado. A anulação de provas colhidas resultou na devolução de bens apreendidos, como automóveis e computadores, mas o dinheiro em espécie encontrado pela polícia continuou parado.

Assessores de Lira, bem como uma mulher e um motorista dele, fizeram pedidos para reaver os valores apreendidos. Também solicitou a devolução de recursos um policial civil e empresário em cujo escritório foi encontrado um cofre contendo cerca de R$ 4 milhões.

O ministro Gilmar Mendes negou esses pedidos, alegando a suspeita sobre a origem lícita do dinheiro apreendido, uma vez que a investigação criminal foi anulada por ele próprio. Os interessados devem agora ingressar com uma ação civil para provar a legalidade dos recursos, conforme decisão do ministro do STF.

A partir de hoje, a Segunda Turma do STF iniciou o julgamento, em formato virtual, de um recurso envolvendo o pedido para liberação de outros valores após a negativa de Gilmar.

Em 2022, a Folha de São Paulo revelou que o governo de Jair Bolsonaro repassou R$ 26 milhões para sete cidades alagoanas adquirirem kits de robótica. Os municípios mantinham contratos com a empresa Megalic, vinculada a uma família aliada ao grupo político de Arthur Lira.

Com base em reportagens que mostraram indícios de fraude em licitações, a Polícia Federal começou a investigação que levou a supostos operadores e ao assessor de Lira, entre outros envolvidos.

Os pedidos para reaver o dinheiro apreendido incluem R$ 107,5 mil solicitados pelos assessores de Lira e R$ 150 mil requisitados pelo motorista do assessor. A PF encontrou anotações de pagamentos relacionadas ao nome “Arthur” durante as apreensões.

O caminho para a restituição dos valores bloqueados ainda é incerto, com a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República levantando questionamentos sobre a origem do dinheiro apreendido. Gilmar Mendes determinou que os valores permaneçam bloqueados até que a questão da titularidade dos recursos seja esclarecida.

A decisão final sobre a devolução dos valores bloqueados agora depende do posicionamento dos ministros da Segunda Turma do STF, que ainda não apresentaram seus votos.

Com polêmicas envolvendo a investigação e o bloqueio dos recursos, o caso das compras suspeitas de kits de robótica segue em discussão no STF, aguardando definições sobre a destinação do dinheiro apreendido.

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