A vida e aventuras de Cássio Martinho: da capoeira nos Estados Unidos à sua trágica morte

No cenário efervescente da década de 1970, um jovem adolescente chamado Cássio Martinho decidiu dar uma reviravolta em sua vida. Cansado da rotina e motivado pela busca de aventuras, ele e um grupo de amigos embarcaram em uma jornada que culminaria em uma experiência transcendental.

Com a coragem típica da juventude, Cássio e seus colegas decidiram fugir de casa e partir em busca de uma tribo indígena no Acre. O ponto de partida foi um prédio na movimentada avenida Brigadeiro Luiz Antonio, em São Paulo, onde jogaram seus cadernos pela janela, simbolizando o rompimento com a vida cotidiana.

Depois de percorrerem um longo caminho através de caronas e trens, acabaram em Salvador, na Bahia, onde viveram uma experiência de comunhão com a natureza e o estilo de vida hippie. Foi nesse contexto que Cássio teve seu primeiro contato com a capoeira, uma arte marcial de raízes africanas que moldaria o rumo de sua vida.

De volta a Jundiaí, sua cidade natal, Cássio se tornou conhecido como Mestre Rã, uma das figuras mais proeminentes da capoeira. Sua paixão e talento o levaram para os Estados Unidos, onde ajudou a popularizar essa manifestação cultural, mesmo enfrentando desafios como o diagnóstico de uma doença neurológica em 2003.

Retornando ao Brasil, Cássio conheceu Julielen, sua futura esposa, em uma reviravolta do destino. Juntos, formaram uma família e criaram a Capoeira Idalina, em homenagem à bisavó de Julielen e à academia fundada por Cássio nos anos 1980.

Amante dos animais, Cássio decidiu viver em um rancho em Jundiaí após o retorno dos Estados Unidos. Infelizmente, sua jornada teve um desfecho trágico, com sua morte aos 65 anos em decorrência da doença que o afetava.

A partir de sua partida, capoeiristas nos Estados Unidos e em todo o mundo se reuniram para homenagear o legado deixado por esse mestre singular. Cássio Martinho, o Mestre Rã, será lembrado não apenas por suas habilidades na capoeira, mas também por sua alma livre e sua dedicação a propagar a cultura brasileira pelo mundo.