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Máfia do Coco: Ex-Bope denuncia esquema criminoso na orla carioca com controle rígido e práticas de extorsão nos preços.

Quiosque em Copacabana / Imagem meramente ilustrativa / Reprodução

Por trás da beleza estonteante do Rio de Janeiro se escondem personagens que imprimem uma dinâmica desoladora ao funcionamento da cidade que, em tese, tem tudo para ser um grande sucesso, se não fossem os desvios, ou a criminalidade que, aparentemente, dominam a cena.

Em seu perfil no Instagram, o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Rio, Rodrigo Pimentel, comentou que tomar um simples coco nas praias de Copacabana, Ipanema ou Barra da Tijuca, pode significar o financiamento de diversas práticas criminosas na cidade, a partir das atividades de uma máfia do coco.

Segundo o ex-capitão, vender cocos em um quiosque significa entrar em um território perigoso, dominado por milícias, eventualmente ex-policiais e bandidos, de alta periculosidade. Como toda máfia, a do coco impõe as suas próprias leis, que têm na cartelização do preço do produto uma norma,

Por isso, ao andarmos de um quiosque a outro não encontramos a famosa concorrência entre os comerciantes. Assim, temos que consumir um coco por R$ 8, R$ 9. O alto preço do coco no Rio, reflete o controle rígido e as práticas de extorsão sobre os comerciantes da orla das zonas Sul e Oeste.

Segundo Pimentel, os comerciantes só podem comprar os cocos de fornecedores específicos sob pena de ter o equipamento incendiado pelos criminosos.

“Você só pode comprar coco para os quiosques da praia da Barra, Ipanema e Copacabana, de fornecedores específicos. Se você tenta vender o seu coco ali, quem comprá-lo vai ter o quiosque queimado. Tanto é que o coco, na cidade, custa R$ 8, R$ 9. No Nordeste, o coco R$ 3, às vezes, menos que isso”, disse o militar.

Ainda segundo Rodrigo Pimentel, os criminosos estabeleceram um território onde a concorrência é inviabilizada pelo medo e pela extorsão, praticadas por milicianos, ex-policiais e bandidos.

“A máfia do coco estabeleceu um preço, estabeleceu um território, que você não pode invadir. [Ele é garantido] através do medo, da extorsão, de milícias, eventualmente ex-policiais, ou até de bandidos mesmo” observou o ex-Bope, atribuindo à clandestinidade da comercialização a principal causa do surgimento da máfia:

“Qualquer produto que você venda sem nota fiscal, sem recolhimento de imposto e que eu precise de um território, vai ter morte. Então, a milicia do Rio de Janeiro domina hoje o coco” finalizou Pimentel.

No Instagram de Rodrigo Pimentel, as reações dos internautas variaram do alívio de não morarem no Rio ao deboche com o carioca:

“O Rio de Janeiro é maravilhoso, ainda mais por ser mais de 1000 km da minha casa”, disse um instagrammer.

Outro usuário destacou o apelo da malandragem na cidade:

“Acho que não existe outro lugar no Brasil que seja pior que o RJ. Impressionante, tudo no RJ é na malandragem” pontuou.

Um dos usuários da rede comentou que um funcionário da Prefeitura do Rio estaria envolvido em prática semelhante na Lagoa Rodrigo de Freitas:

“Encontrei certa vez com uma vendedora, na Lagoa Rodrigo de Freitas, vendendo coco por 3 reais. Achei estranho. Fui perguntar, e ela disse que achava um absurdo vender pelo preço do ‘Fulano’. Não sei se posso falar o nome do cara aqui. Mas o fato é, meses depois, num taxi, comentei sobre o ocorrido e o taxista citou ‘Ah, é o fulano que toma conta disso daí. Já dei carona para ele, ele trabalha lá na prefeitura.’ Enfim, máfia do coco, senhores. Surreal,” comentou.

Em meio à avalanche de comentários, uma contestação:

“O senhor está totalmente equivocado. Meu quiosque tem 36 anos de tradição na praia da Barra e nunca fui obrigado a comprar caco de nenhum fornecedor específico. Cheque suas fontes e informações. Ou vale tudo por um LIKE” pontuou o negociante.

Por fim, uma das postagens mais irônicas sobre o assunto:

“Os caras tiraram a capital do Brasil de lá por conta do carioca,” escreveu o dono do perfil @Marcosfin.

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