Após mais de 240 árvores cortadas, Justiça determina que Poços de Caldas (MG) suspenda a prática de derrubada.

Ativistas engajados na causa chegaram a discutir com funcionários da prefeitura responsáveis pelos cortes, e até se posicionaram à frente das máquinas utilizadas para derrubar as árvores. Nesta quinta-feira, eles obtiveram uma vitória significativa ao conseguir uma decisão judicial que impede a continuidade da supressão das árvores.
A prefeitura afirmou que irá recorrer da decisão e pretende dar seguimento ao plano de revitalização, que engloba o plantio de novas árvores e a instalação de bancos. De acordo com a administração municipal, as árvores cortadas representavam um risco para a população, devido a sinais de apodrecimento.
Segundo dados do movimento Poços com Árvores e da própria prefeitura, o total de árvores na área antes do início dos cortes era de 350. No entanto, a prefeitura garante que nem todas as 108 árvores remanescentes serão removidas.
Os cortes estão sendo realizados na Avenida João Pinheiro, localizada à margem direita do ribeirão Poços, que passa ao lado da avenida. Mário Carvão, representante do grupo Poços com Árvores, questiona o fato de as árvores da margem esquerda, também somando 350, não serem consideradas condenadas pela prefeitura.
A prefeitura assegura que laudos foram emitidos e que há autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente para realizar os cortes. O processo de derrubada das árvores foi iniciado em março. Inicialmente, os ativistas conseguiram evitar os cortes por meio de protestos no local, que incluíam bloquear o acesso das máquinas.
No entanto, recentemente, a prefeitura passou a realizar os cortes durante os dias úteis da semana, o que dificultou a mobilização dos moradores. Nesse contexto, a decisão favorável à suspensão dos cortes foi tomada pelo juiz Carlos Alberto Pereira da Silva, da 4ª Vara Cível da Comarca de Poços de Caldas. O magistrado determinou uma multa de R$ 100 mil por árvore cortada caso a decisão seja descumprida.
A ONG Planeta Solidário, em parceria com o grupo Poços com Árvores, foi responsável pela ação judicial que resultou na decisão. O juiz ressaltou que a suspensão dos cortes deve ocorrer pelo menos até a realização de estudos efetivos que comprovem a necessidade da supressão das árvores, pois essa medida é irreversível e pode causar danos irreparáveis ao meio ambiente e à coletividade.