Veículos credenciados cobram até R$ 1.000 por transporte particular durante Rock in Rio, levantando questões de legalidade e moralidade.
Durante o Rock in Rio, veículos credenciados como moradores da Barra Olímpica estão oferecendo transporte particular a preços exorbitantes, aproveitando da alta demanda gerada pelo evento. Viagens que normalmente custariam R$ 90 nos aplicativos de corrida ou R$ 160 na tarifa fixa para taxistas estão sendo cobradas por até R$ 1.000.
Os moradores, utilizando a credencial de trânsito livre, têm anunciado suas corridas em redes sociais, determinando preços bem acima do valor de mercado. A prática, que inicialmente parece inofensiva, levanta questões sobre a legalidade e a moralidade de explorar a situação para lucro pessoal.
A equipe do DIÁRIO DO RIO simulou uma viagem com um dos anunciantes nas redes sociais. Uma corrida de ida e volta ao bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio, foi cotada em R$ 800, o mesmo preço é cobrado para a Grande Tijuca.
Para destinos como Niterói, o preço sobe para R$ 1.000. Ao questionar a legalidade dessa prática, uma das páginas forneceu uma foto do adesivo de “Trânsito Livre de Morador” como prova do credenciamento.
Um motorista afirmou: “Saída da Zona Sul fica em R$ 800 ida e volta. Sinal de 50% para reserva de data e horário e os outros 50% no momento do embarque da ida. Parcelamos em até 3x no cartão.”
O credenciamento dos veículos começou em agosto, quando a Prefeitura do Rio estimou cerca de 35 mil veículos credenciados. O adesivo de trânsito livre não permite a entrada no evento, mas garante o acesso às áreas afetadas pelas interdições.
Além de toda a operação especial do BRT durante os dias de festival, pontos de táxis e carros de aplicativos foram montados no Riocentro e na Av. Abelardo Bueno, na altura da Farmasi Arena. Os táxis devem seguir uma tabela de preços fixada pela Prefeitura do Rio, enquanto os preços dos aplicativos variam conforme a demanda da plataforma.
O DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a CET-Rio para um posicionamento sobre essa prática ilegal. Até o fechamento da reportagem, não obtivemos resposta.