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Tyson Foods é processada por informações falsas sobre redução de gases de efeito estufa, acusação de greenwashing.

Tyson Foods enfrenta processo por informações falsas sobre emissões de gases estufa

A gigante Tyson Foods está no centro de um processo judicial nos Estados Unidos, acusada de enganar os consumidores com informações falsas sobre seus esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A ação foi apresentada nesta quarta-feira (18) pela entidade Environmental Working Group.

De acordo com a acusação, a empresa utilizou declarações enganosas em sua comunicação de marketing, explorando a boa vontade dos consumidores. Um dos pontos questionados foi a afirmação de que a Tyson estava trabalhando para atingir “emissões líquidas zero” até 2050, além de promover sua carne bovina como “climate-smart”, uma definição associada à produção sustentável.

O processo argumenta que a produção industrial de carne bovina nunca será ecologicamente correta devido ao alto volume de emissões geradas durante o processo de criação de gado em larga escala. Além disso, a empresa não apresentou evidências concretas de que esteja buscando atingir as emissões líquidas zero, termo utilizado para indicar metas climáticas ambiciosas.

“Estamos tomando uma posição para proteger os consumidores e exigir transparência em uma indústria que tem um impacto significativo nas mudanças climáticas”, afirmou Caroline Leary, do EWG.

Em resposta, a Tyson Foods, sediada em Springdale, Arkansas, se recusou a comentar os detalhes do processo, limitando-se a mencionar sua “longa história de práticas sustentáveis que incluem a gestão responsável dos recursos ambientais”.

A empresa, uma das maiores do setor de alimentos nos EUA, detalhou em seu site os planos para alcançar emissões líquidas zero até 2050, conforme apresentado em um relatório de sustentabilidade de 2022.

O processo destaca que atingir emissões zero envolve uma contabilidade complexa e, por vezes, controversa, que pode incluir compensações, como o plantio de árvores, o uso de tecnologias de remoção de carbono e investimentos em projetos que reduzem emissões em outras áreas.

A ação legal solicita que a Tyson seja proibida de realizar “marketing falso ou enganoso” e destaca o crescente escrutínio ambientalismo em relação às práticas das empresas, especialmente no que se refere ao chamado “greenwashing”.

Em situação semelhante, a procuradora-geral de Nova York processou a JBS USA, acusando-a de práticas climáticas enganosas durante sua tentativa de listagem na Bolsa de Valores de Nova York.

O impacto ambiental da criação de gado também foi enfatizado no processo, citando o metano emitido pelas vacas, a produção de resíduos e o desmatamento decorrente da necessidade de espaço para pastagem.

A Tyson Foods enfrentou outras controvérsias recentes, incluindo a suspensão de seu ex-diretor de sustentabilidade por dirigir embriagado e investigações sobre a utilização de crianças migrantes em suas instalações.

A empresa segue sob escrutínio, conforme a divisão de Salários e Horas do Departamento de Trabalho dos EUA investiga denúncias de violações trabalhistas, sem comentar publicamente sobre o assunto.

Por: Equipe de Reportagem

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